ATA DA NONAGÉSIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 27-10-2010.

 


Aos vinte e sete dias do mês de outubro do ano de dois mil e dez, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e oito minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Dr. Raul Torelly, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Nilo Santos, Paulinho Rubem Berta, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Toni Proença. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Adeli Sell, DJ Cassiá, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, João Bosco Vaz, Juliana Brizola, Maria Celeste, Mario Manfro, Maurício Dziedricki, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Paulo Marques, Pedro Ruas, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. À MESA, foi encaminhado, pelo vereador João Antonio Dib, o Projeto de Resolução nº 034/10 (Processo nº 3684/10). Do EXPEDIENTE, constaram os Comunicados nos 76035, 76036, 76037, 76038, 76039, 76040, 76041, 76042, 76042, 76043, 76044, 76045, 76046, 76047, 76048 e 76049/10, do senhor Daniel Silva Balaban, Presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE. A seguir, o senhor Presidente e o vereador Sebastião Melo manifestaram-se acerca da ordem dos trabalhos da presente Sessão. Às quatorze horas e dezoito minutos, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados os Projetos de Resolução nos 053/08 e 018/10 e o Projeto de Lei do Executivo nº 017/10 (Processos nos 5579/08, 2681 e 2239/10, respectivamente). Na oportunidade, em face de Questão de Ordem formulada pelo vereador Reginaldo Pujol, o senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da votação do Projeto de Lei do Executivo nº 017/10. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Executivo nº 055/09 (Processo nº 6052/09), o qual teve sua discussão adiada por uma Sessão, a Requerimento, aprovado, de autoria da vereadora Fernanda Melchionna, tendo-se manifestado a respeito o vereador Carlos Todeschini. Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº 081/10 (Processo nº 3856/10), após ser encaminhado à votação pelos vereadores Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, Sofia Cavedon e Toni Proença. Na ocasião, o senhor Presidente informou que a presente Sessão estava sendo transmitida ao vivo pela Rádio Web da Câmara Municipal de Porto Alegre. Também, por solicitação do vereador Idenir Cecchim, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao senhor Néstor Kirchner, ex-Presidente da República Argentina, e ao senador Romeu Tuma, falecidos no dia de ontem. Ainda, por solicitação do vereador Reginaldo Pujol, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao senhor Bernardo Johannpeter Cirne Lima, falecido no dia de ontem. Em prosseguimento, foi apregoado o Memorando nº 066/10 (Processo nº 3823/10), de autoria do vereador Beto Moesch, deferido pelo senhor Presidente, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, nos dias de hoje e amanhã, no curso Educação Ambiental: Desafios de uma Sociedade de Risco, no Município de Santana do Livramento – RS. A seguir, foi apregoada a Emenda nº 01, de autoria do vereador Mauro Zacher, Líder da Bancada do PDT, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 246/09 (Processo nº 5609/09). Após, foi aprovado Requerimento de autoria do vereador Nelcir Tessaro, solicitando a retirada de tramitação do Projeto de Resolução nº 023/10 (Processo nº 3158/10). Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 029/09 (Processo nº 6085/09), o qual, após ser discutido pelo vereador Bernardino Vendruscolo, teve sua discussão adiada por duas Sessões, a Requerimento, aprovado, de autoria do vereador Bernardino Vendruscolo. Na ocasião, o vereador Luiz Braz manifestou-se acerca das formas de definição, por este Legislativo, da priorização de matéria para apreciação em Ordem do Dia. Em Discussão Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de Lei do Legislativo nº 246/09 (Processo nº 5609/09), após ser discutido pelos vereadores João Antonio Dib, Dr. Raul Torelly, Reginaldo Pujol, Bernardino Vendruscolo, Dr. Thiago Duarte, Maria Celeste, Nilo Santos e Aldacir José Oliboni e encaminhado à votação pelos vereadores Pedro Ruas, Dr. Thiago Duarte, Sofia Cavedon, Luiz Braz, Bernardino Vendruscolo e João Antonio Dib. Foi aprovada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 246/09. Foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 246/09. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 246/09, os vereadores João Carlos Nedel e Alceu Brasinha e a vereadora Fernanda Melchionna cederam seus tempos de discussão, respectivamente, aos vereadores João Antonio Dib, Reginaldo Pujol e Dr. Thiago Duarte. Ainda, o vereador Dr. Thiago Duarte manifestou-se acerca do pronunciamento efetuado pelo vereador Luiz Braz, no encaminhamento à votação do Projeto de Lei do Legislativo nº 246/09. A seguir, foi apregoada a Emenda nº 01, de autoria do vereador Aldacir José Oliboni, Vice-Líder da Bancada do PT, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 229/06 (Processo nº 5510/06) e foi aprovado Requerimento de autoria desse vereador, solicitando que essa Emenda fosse dispensada do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Em continuidade, foram apregoados Requerimentos de autoria dos vereadores Airto Ferronato e Paulinho Rubem Berta, solicitando Licença para Tratamento de Saúde, respectivamente, no dia vinte e cinco de outubro do corrente e do dia três ao dia dezesseis de novembro do corrente. Também, foi apregoado Requerimento de autoria do vereador Mauro Pinheiro (Processo nº 3620/10), deferido pelo senhor Presidente, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, nos dia de hoje e amanhã, na 41ª Convenção Regional de Supermercados, no Município de Tramandaí – RS. Às dezesseis horas e vinte e dois minutos, o senhor Presidente declarou encerrada a Ordem do Dia. Em PAUTA ESPECIAL, Discussão Preliminar, 4ª Sessão, esteve o Projeto de Lei do Executivo nº 039/10, discutido pelos vereadores Reginaldo Pujol, Maria Celeste e Dr. Thiago Duarte. Às dezesseis horas e cinquenta e sete minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada pelo vereador Haroldo de Souza, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Nelcir Tessaro, Mario Manfro, Bernardino Vendruscolo e Toni Proença e secretariados pelos vereadores Bernardino Vendruscolo e João Carlos Nedel. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelos senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Consulto os Vereadores no sentido de saber se há acordo no sentido de invertermos a ordem dos trabalhos para entrarmos diretamente no período de Pauta.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Presidente, olho para o painel e vejo que há quórum para Ordem do Dia. Acho que essa tese seria vitoriosa se não tivéssemos quórum para entrar na Ordem do Dia. A minha sugestão é, como há Lideranças, mantermos o quórum e entrarmos na Ordem do Dia depois; ou pode ser o contrário, entrar diretamente na Ordem do Dia e depois conceder tempo às Lideranças.

 

O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Solicito aos Srs. Líderes que se aproximem da Mesa, para que possamos acertar sobre as votações do dia de hoje. (Pausa.)

 

O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo – às 14h18min): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 5579/08 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 053/08, de autoria do Ver. Adeli Sell, que concede o Diploma Honra ao Mérito ao Rabino Mendel Liberow.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Nereu D’Avila: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM em 25-10-10.

 

O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Em discussão o PR nº 053/08. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 2681/10 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 018/10, de autoria do Ver. Nelcir Tessaro, que concede a Comenda Porto do Sol ao senhor Regis Born.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Waldir Canal: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM em 25-10-10.

 

O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Em discussão o PR nº 018/10. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com as abstenções da Verª Fernanda Melchionna e do Ver. Pedro Ruas.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Solicito da Mesa dois esclarecimentos; um parece-me que já foi respondido. O objeto do PLE nº 017/10 é simplesmente alterar a denominação da entidade - não tem outra implicação. Respondida afirmativamente essa, vem a segunda pergunta: há necessidade de quórum especial, ou é o quórum normal?

 

O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Informa-me a Diretoria Legislativa que é maioria simples, Vereador.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 2239/10 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 017/10, que altera o art. 1º da Lei nº 5.590, de 25 de junho de 1985, alterando para Fraternidade Cristã de Pessoas com Deficiência do Rio Grande do Sul – FCD/RS – a denominação da entidade declarada de utilidade pública por essa Lei.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Waldir Canal: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. João Antonio Dib: pela aprovação do Projeto.

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 27-09-10.

 

O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Em discussão o PLE nº 017/10. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 6052/09 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 055/09 e da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Porto Alegre, que institui o Conselho Executivo Municipal de Administração de Pessoal – COMAP – e revoga o inc. III e o § 3º do art. 1º da Lei nº 3.607, de 27 de dezembro de 1971. Com Emenda nº 01.

 

Parecer:

- da CCJ. Relatora Verª Maria Celeste: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto e da Emenda nº 01.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM em 18-08-10.

 

O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Em discussão o PLE nº 055/09. (Pausa.)

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA (Requerimento): Sr. Presidente, eu solicito o adiamento da discussão do PLE nº 055/09 por uma Sessão.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Eu também corroboro a proposição da Verª Fernanda Melchionna, no sentido de adiar a discussão do referido Projeto por uma Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Em votação o Requerimento, de autoria da Verª Fernanda Melchionna, que solicita o adiamento da discussão do PLE nº 055/09 por uma Sessão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

REQUERIMENTO - VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. Nº 081/10 – (Proc. nº 3856/10 – Verª Fernanda Melchionna e Ver. Pedro Ruas) – requer Moção de Solidariedade com os estudantes da Escola Técnica Estadual Parobé por sua luta em defesa da permanência da oferta de vagas para o Ensino Médio diurno.

 

O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Em votação o Requerimento nº 081/10, de autoria da Verª Fernanda Melchionna e do Ver. Pedro Ruas. (Pausa.) A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 081/10.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente; colegas Vereadoras e Vereadores, venho encaminhar a votação, em nome do nosso Partido - em meu nome e em nome do Ver. Pedro Ruas -, da nossa Moção de Apoio à mobilização dos estudantes. Todos nós, porto-alegrenses, sabemos que a Escola Técnica Parobé oferece um Ensino Médio que se destaca tanto em qualidade de educação quanto nos indicadores estaduais de melhores escolas do Rio Grande do Sul. A Escola Técnica Parobé é amplamente procurada pela população, pelos pais e pelas mães, para garantir um Ensino Médio de qualidade, combinado com uma Escola Técnica, que oferece seis cursos técnicos de excelente qualidade também.

Os estudantes da Escola Técnica Parobé, na sexta-feira passada, protagonizaram uma bela mobilização; eram jovens dos 1º, 2º e 3º anos do Ensino Médio defendendo os 104 anos da Escola. Esses jovens que fizeram cartazes, pintaram as caras e foram às ruas, colocaram a educação no rol dos direitos básicos dos cidadãos, colocaram a defesa da sua Escola para a permanência das gerações futuras, ousaram demonstrar que há dias em que a aula tem que ser na rua; mostraram para a sociedade gaúcha que o Ensino Médio na Escola Parobé corria riscos, num cenário em que mais de 122 escolas - como me lembra o Ver. Pedro Ruas - foram fechadas, e seria necessária a organização social desses estudantes para defender a permanência do Ensino Médio na Escola Parobé.

Esses mesmos estudantes que, sexta-feira, fizeram essa bonita mobilização de rua, defendendo o Ensino Médio, fizeram ontem, terça-feira, nova mobilização em sua Escola, que contou com centenas de estudantes, com professores apoiando a mobilização, com pais e mães presentes, para defender uma das melhores escolas de Ensino Médio do nosso Estado; contou com a presença da nossa Deputada Luciana Genro, com a presença de diversos ativistas da nossa sociedade e conseguiram uma vitória: o Ensino Médio, naquela Escola, será mantido. Houve o compromisso da Direção da Escola em manter 13 turmas de Ensino Médio em todos os anos subsequentes, garantindo esse direito aos estudantes de Porto Alegre. Esses estudantes que tiveram a coragem de mostrar, mais uma vez, a força juvenil nas ruas de Porto Alegre garantiram uma vitória para toda a Cidade. Esses estudantes que estão terminando o Ensino Médio e que, daqui a pouco, vão prestar vestibular, que irão à luta atrás de uma primeira oportunidade de trabalho, certamente tiveram outra aprendizagem fundamental: quando se está junto, quando há mobilização, quando existe o fortalecimento de uma opinião, de tal forma que as pessoas estejam juntas para mostrar sua opinião, é possível conquistar, vencer, garantir que a educação seja tratada como um direito e, portanto, haja um avanço nas conquistas educacionais.

Esses jovens merecem os parabéns e a solidariedade desta Câmara, porque eles já ganharam a permanência do Ensino Médio a partir da sua mobilização, mas é fundamental que a Câmara Municipal de Porto Alegre reconheça o papel transformador e o papel excelente que eles cumpriram para a sociedade porto-alegrense. Eles garantiram que futuras gerações possam continuar estudando no Ensino Médio da Escola Parobé; garantindo mesmo depois de se formar, porque a maioria ali teria, independentemente do Ensino Médio garantido no turno da manhã ou não, os seus estudos concluídos, mas os estudantes, além de darem uma aula de mobilização, além de darem uma aula de cidadania, além de darem uma aula de democracia, deram uma aula de solidariedade, deram uma aula para aqueles que só pensam em seus interesses individuais. Eles pensaram nos interesses futuros, nas gerações futuras, na defesa da escola, na defesa dos professores e das professoras, na defesa da educação pública.

Os estudantes merecem os parabéns da Câmara Municipal de Porto Alegre! Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, a Diretoria de Comunicações desta Casa nos informou que esta Sessão está sendo transmitida ao vivo pela Rádio Web da Câmara Municipal de Porto Alegre. Parabéns aos servidores que não mediram esforços para que pudéssemos chegar hoje nesta condição.

O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 081/10.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, o pronunciamento da Verª Fernanda Melchionna é de uma oportunidade fantástica, clara, positiva, e é por isso que o Parlamento é bom, Vereadora; é a convergência de ideias, quando se pensa que o Ver. Cecchim e a Verª Fernanda têm só divergências ideológicas, e não é só pela divergência ideológica que os Pares são feitos nesta Casa.

Quero dizer que a Escola Parobé é uma instituição importante de Porto Alegre. E o Governo Federal, nesses oito anos, criou muitas escolas técnicas e deu ênfase a isso, e acho que está certo, mas seria preciso, urgentemente, mesmo que seja uma escola técnica estadual, que se desse atenção à Escola Parobé; é necessário que se invista nessa Escola que está pronta, que tem história, que tem professores, que tem laboratório. A Escola Parobé nos deu muitos profissionais de muita competência e qualidade técnica durante esses anos todos. E esses profissionais que a Escola Técnica Parobé formou constituíram suas famílias com o seu trabalho, com a sua competência. Então, não é possível que se tenha uma escola pronta, com história, com qualidade técnica e que seja necessário fazer manifestações. Ainda bem que esses estudantes têm este espírito de exigir, e me parece que vão ter a reivindicação atendida. Isso nós todos temos que aplaudir, pela história e pelo serviço que a Escola Técnica Parobé prestou para Porto Alegre e para o Rio Grande do Sul. E que isso sirva de exemplo, que a gente aproveite universidades que já estão prontas, escolas que já estão prontas. Não adianta construir novas instituições e deixar aquelas que já têm um passado técnico importante, um acervo importante, mendigando melhorias.

Então, o Governo do Estado, o Governo Federal e até mesmo a Prefeitura, sempre que puderem, têm que ajudar, manter e melhorar as escolas que já existem antes de começarem a fazer novas escolas. As novas são bem-vindas, mas que se dê o atendimento e o tratamento necessário àquelas que estão prontas, como é o caso da Escola Parobé.

Eu queria aproveitar também para fazer uma homenagem a alguém que enfrentou o seu próprio Partido. Eu tenho muitas discordâncias, mas nós todos gostamos muito de Buenos Aires, do norte e do sul da Argentina e dos vinhos argentinos. E hoje morreu o ex-Presidente daquele País, Néstor Kirchner, esposo da atual Presidente. Certamente o Presidente Lula vai deixar a campanha pelo menos por um dia e vai até lá render homenagem a esse ex-Presidente irmão - e ele merece.

Eu faço essa referência ao ex-Presidente Kirchner, porque ele fez na Argentina, Ver. Todeschini, um enfrentamento muito forte ao ex-Presidente Menem, que fez essas privatizações. Com as privatizações, nós estamos de acordo; o que não pode é privatizar para os amigos. O que houve na Argentina foi isso, mais ou menos. E o Néstor Kirchner foi lá, enfrentou, ganhou a eleição e, depois, a exemplo do Presidente Lula, passou para a sua ventríloqua, que é a atual Presidente da Argentina. O Presidente Néstor Kirchner vai fazer falta, sem dúvida alguma, para a Argentina e para a própria Presidente neste tempo que lhe falta para terminar o seu mandato. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Atendendo ao pedido do Ver. Idenir Cecchim, faremos um minuto de silêncio em respeito à memória do ex- Presidente da Argentina, Néstor Kirchner, e à memória do Senador Romeu Tuma.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 081/10.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Verª Fernanda, Ver. Pedro, o tema já está bastante encaminhado, mas acho que é muito importante falarmos um pouco da Escola Parobé nesta Câmara, nossa vizinha. É uma escola, Ver. DJ, que atende 4.600 alunos, adultos, jovens trabalhadores, jovens em cursos técnicos, que é uma referência para o Estado do Rio Grande do Sul; atende os estudantes de Porto Alegre, da Região Metropolitana e mais: temos Vans que vêm de mais longe com estudantes para estudar no Parobé.

Ver. Dib, essa referência, com possibilidade agora, inclusive, de estender cursos à distância e certificar cursos em escolas técnicas pelo Estado inteiro, é fundamental, e os alunos tiveram o entendimento de uma mudança para apenas o ensino técnico. Hoje o Parobé oferece Ensino Médio e Ensino Técnico. É verdade que, para os estudantes, é difícil fazer dois turnos concomitantes; porém a articulação do Médio e do Técnico para nós é fundamental. O novo Governador eleito, que falou hoje na Federasul com vários representantes desta Casa, tem isso no seu programa, Ver. Toni, e tem a convicção de que o jovem estudante que faz o Médio, se quiser fazer o Técnico, Ver. DJ, tem de ter um Técnico à sua disposição articulado com o Ensino Médio, e isso é possível. A Escola Parobé, eu tenho certeza, será uma das escolas - como a Liberato Salzano - que vão possibilitar que nós espalhemos no Estado a oportunidade do Ensino Técnico, partindo de uma escola de Ensino Médio que tenha numa região, levando para lá uma turma de técnicos, que vão dialogar com o desenvolvimento regional daquela região, com a vocação industrial, com a vocação turística - não sei qual a vocação -, com a vocação econômica da região. Nós temos lacunas importantes de formação de técnicos neste Estado, importantíssimas. E nós precisamos de um Parobé muito fortalecido, mas precisamos desta articulação com Ensino Médio.

O Senador Paim esteve comigo na semana passada, na Escola Parobé, com o Projeto do Fundeb, explicando-o e dizendo que ele tem um amor pelo Ensino Técnico, porque ele cresceu, se constituiu a partir do Ensino Técnico.

E eu posso dizer a mesma coisa, porque a Escola Normal não é considerada, nós não a enxergamos como um Ensino Técnico, mas ela é. Eu, por exemplo, saí de Veranópolis com um certificado de professora, que foi o que me sustentou em Porto Alegre; eu pude dar aula a partir da finalização do Ensino Médio. E foi o que me possibilitou fazer o Ensino Superior, me possibilitou viver na Capital e fazer a história da minha vida.

Então, o Ensino Técnico é fundamental para a nossa juventude. E nós temos de entender que o Ensino Técnico no Estado, o movimento da Governadora que está saindo era um movimento, sim, de separar o Ensino Técnico do Ensino Médio. E esse movimento será no sentido inverso com o Governador Tarso Genro; é no sentido inverso com o Presidente Lula - ele quer articular -, porque o jovem precisa ir resolvendo o Médio e ir já definindo uma profissão. Às vezes, experimentando uma profissão, se chega a uma conclusão de que não é por ali, é por outro caminho, mas ele vai tendo condições do primeiro emprego, do primeiro recurso. Toda a nossa discussão com o Estado do Rio Grande do Sul foi no sentido do financiamento do jovem filho do trabalhador que não consegue ir para a universidade porque precisa trabalhar. Então, a articulação do Ensino Médio, Técnico e universidade é fundamental - acho que é importante reforçar isso através desta Moção.

Quero deixar aqui também registrado que o Parobé tem muitas necessidades: a qualidade dos seus laboratórios precisa ser atualizada, Verª Fernanda. Tem que haver a possibilidade de deslocar os alunos, porque eles têm curso de estradas e não têm uma Van, não têm condições de viajar, têm que fazer tudo teoricamente. Então, as escolas de Ensino Técnico estão precisando de muito investimento. A nossa Moção deve reforçar, sim, que a Educação é estratégica e que Técnico e Médio precisam dialogar, porque a juventude precisa de alternativas para se manter estudando.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Sr. Presidente, anteriormente, quando foi solicitado um minuto de silêncio em homenagem ao falecimento do Senador Romeu Tuma e do ex-Presidente da Argentina, Néstor Kirchner, eu deveria ter aduzido mais um nome, e não o fiz em função de que foi deferido de imediato, e logo iniciada a homenagem. Então, eu solicito um minuto de silêncio em função do falecimento do jovem Bernardo Johannpeter Cirne Lima, e gostaria que a Casa comunicasse à família enlutada a nossa decisão. Estou me prontificando, em tempo hábil, a fornecer os endereços para a comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Prefeito, Vereador. Deferimos o pedido.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Toni Proença está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 081/10.

 

O SR. TONI PROENÇA: Sr. Presidente, Ver. Mario Manfro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; senhoras e senhores, venho a esta tribuna, em nome da Bancada do PPS, em meu nome, em nome do Ver. Paulinho Rubem Berta e do Ver. Elias Vidal, me solidarizar com a Verª Fernanda Melchionna, que, oportunamente, encaminha essa Moção de Apoio à manutenção do Ensino Médio na Escola Técnica Estadual Parobé, porque eu tenho a exata noção da dimensão da sua importância para o ensino e para a Educação no Rio Grande, em Porto Alegre especialmente, principalmente para as populações de baixa renda.

Eu fui aluno do Parobé, no Ginásio Industrial e no curso técnico, que, antigamente, era equivalente ao “Científico”. Lá na década de 60, o Parobé lutava muito pela federalização das escolas técnicas, porque as escolas técnicas federais avançavam, se atualizavam, recebiam recursos, iam para frente, e o Parobé tinha muita dificuldade não só de manter o nível e a excelência do seu ensino como de poder fazer as adequações e os avanços que o Ensino Técnico exige a todo o momento, por ser um ensino de excelência.

Eu me lembro de que essa luta sempre foi muito grande. Embora os alunos, a sociedade, os professores e todos os que lutavam pela federalização não tenham alcançado êxito, o Parobé se manteve aberto, funcionando e chegou até aqui, mas porque ele tinha uma característica - e por isso subo a esta tribuna para apoiar a Moção da Verª Fernanda - essencial, que era a soma do Ensino Médio, o ensino tradicional, com o Ensino Técnico. Inclusive, não sei se ainda é assim, mas, no tempo que eu estudava lá, pelo turno da manhã, a gente tinha o Ensino Técnico e, à tarde, o ensino tradicional ou, para outros, ao contrário. E quero dizer que, esses dias, fui fazer uma visita ao Pão dos Pobres com o Ver. DJ Cassiá e tive a oportunidade de dizer isso àqueles alunos que lá fazem cursos profissionalizantes, e eles confirmaram: os alunos de Ensino Médio que fazem o curso profissionalizante nem bem têm ainda o seu diploma e já têm colocação no mercado de trabalho. Lá no Parobé, tinha um quadro de avisos, onde as empresas do Rio Grande do Sul, e até de fora do Estado, sempre estavam oferecendo oportunidade de emprego para os alunos do Parobé. Ser aluno do Parobé já era meio ponto na disputa com outros candidatos para essas vagas que se oportunizavam. Portanto, parabéns à Verª Fernanda pela iniciativa e parabéns à comunidade da Escola do Parobé, que se mobilizou e garantiu a manutenção do Ensino Médio. Eu acho que o Governo Tarso Genro, que vai assumir em janeiro, assim como desenvolveu o trabalho no Ministério da Educação, poderia fortalecer o Parobé, porque assim estará fortalecendo a Educação em todo o Rio Grande do Sul. Parabéns à Verª Fernanda e à comunidade escolar do Parobé.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Em votação o Requerimento nº 081/10. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Apregoamos solicitação de representação do Ver. Beto Moesch no curso de Educação Ambiental: Desafios de uma Sociedade de Risco, a realizar-se nos dias 27 e 28 de outubro de 2010 na cidade Santana do Livramento. O Ver. Beto Moesch informa que realizará a conferência de abertura com o tema: “O Meio Ambiente na atual sociedade de risco”, conforme programação em anexo.

Apregoamos a Emenda nº 01, de autoria de diversos Vereadores, ao PLL nº 246/09 (Lê.): “Ficam alterados os incisos I e inclusão dos incisos III e IV do art. 2º, e inciso II do art. 3º do Projeto, como segue: I - a disponibilização às gestantes de testes para diagnósticos de infecção pelo HIV; III - a disponibilização de testes rápidos para diagnósticos de infecção pelo HIV, sempre que indicado pelo médico; IV - a disponibilização de testes confirmatórios para todas as gestantes que obtiverem teste rápido positivo. Art. 3º - II -0 o Poder Executivo disponibilizará os exames referidos no inc. II nas Gerências Distritais, onde há postos de coleta e naqueles onde estes estejam instalados”.

Em votação o Requerimento que solicita retirada de tramitação do PR nº 023/10, de autoria da Mesa Diretora. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

 

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 6085/09 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 029/09, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que altera as als. “a” e “e” do § 2º do art. 18 da Lei Complementar nº 197, de 21 de março de 1989 – que institui e disciplina o Imposto sobre a transmissão “inter-vivos”, por ato oneroso, de bens imóveis e de direitos reais a eles relativos –, e alterações posteriores, prorrogando o prazo para a solicitação de parcelamento desse Imposto e dispondo sobre a lavratura da escritura pública no Cartório de Ofício de Notas ou a transcrição do título de transferência no Cartório de Registro de Imóveis. Com Emenda nº 02.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relatora Verª Maria Celeste: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto e da Emenda nº 02, e pela existência de óbice de natureza jurídica para a tramitação da Emenda nº 01;

- da CEFOR. Relator Ver. Airto Ferronato: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 02.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82,

§ 1º, I, da LOM;

- prejudicada a tramitação da Emenda nº 01 – art. 56, § 4º, I, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM em 23-08-10.

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Em discussão o PLCL nº 029/09. (Pausa.) O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir o PLCL nº 029/09.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Mario Manfro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, este Projeto é fácil de ser votado, até porque é um assunto conhecido por todos os Vereadores. Nós estamos propondo o parcelamento do ITBI novamente. Esta é a quarta vez que estamos propondo isso. Eu até gostaria, além de pedir o voto, o apoio, aos demais Vereadores, de solicitar ao Ver. João Antonio Dib, representante do Governo aqui nesta Casa, que o Prefeito pudesse observar e encaminhar um Projeto a esta Casa para tornar permanente esse parcelamento. A primeira vez que eu enfrentei esse assunto foi em 2006 - ele já havia sido defendido pelos demais colegas em outras épocas. Então, que o Prefeito, Ver. João Antonio Dib, encaminhe para cá um Projeto, tornando permanente essa condição de parcelamento. E eu reconheço que havia, da parte de muitos colegas Vereadores e até do Executivo, um certo receio de que poderia haver uma queda na Receita do ITBI, mas se justificou e se mostrou exatamente o contrário, com uma Receita altamente positiva.

Eu sempre disse e não me custa repetir que essa é a forma concreta de fazer com que as pessoas tenham um incentivo para regularizar os seus imóveis. Para quem não tem o imóvel regularizado, essa é a forma concreta de proporcionarmos essa condição de regularização dos imóveis. Então, o parcelamento do ITBI, hoje, não é mais desconhecido pelos Vereadores. Essa é uma ideia já bastante conhecida, e eu tenho certeza de que os Vereadores vão...

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Eu lhe concedo o aparte com o maior prazer.

 

O Sr. João Antonio Dib: Nobre Ver. Bernardino Vendruscolo, conversei com V. Exª, e achamos interessante que a votação do Projeto seja adiado por duas Sessões para que ele possa ser melhor analisado por todos os senhores Vereadores, inclusive pelo próprio Executivo. Sou grato pela atenção de Vossa Excelência.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Evidentemente, Ver. João Antonio Dib, nós, na mesma linha de outros Projetos, nunca fomos incisivos e jamais deixamos de atender a uma solicitação da representação do Executivo aqui nesta Casa. É evidente que eu vou concordar com o adiamento da votação por duas Sessões - farei o Requerimento -, mas peço, encarecidamente, que nós não permitamos uma discussão desnecessária, já que se trata de um assunto antigo aqui nesta Casa.

Eu vou repetir que este é um Projeto que mostrou, ao longo do tempo, ser um bom Projeto, pois é uma maneira concreta de as pessoas que têm necessidade de regularizar os seus imóveis, que têm dificuldade de pagar à vista o ITBI, poderem fazer isso, porque quem tem dinheiro para pagar à vista o ITBI, com certeza acaba pagando. Tenho certeza de que os demais Vereadores concordam, porque este é um assunto bastante debatido nesta Casa. Repito, mais uma vez, Ver. João Antonio Dib: façamos um apelo ao Prefeito para que ele torne isso permanente. Eu, sozinho, não posso, como Parlamentar, propor que esse parcelamento se torne permanente; a Lei Orgânica não nos dá essa condição.

Ver. Reginaldo Pujol - V. Exª que conhece bastante esse assunto -, o parcelamento do ITBI hoje já é uma prática inclusive adotada em outros Municípios, inclusive copiando o que nós praticamos aqui em Porto Alegre, porém lá já o tornaram permanente, não há necessidade de ficar renovando. Por isso faço esse apelo.

 

O Sr. Reginaldo Pujol: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, se efetivamente vai ocorrer esse adiamento por duas Sessões, que seja de imediato, para que as pessoas possam discutir a matéria no dia em que ela será votada, e não hoje, na iminência de ser adiada por duas Sessões.

Eu teria condições de votar hoje, mas, se o consenso é de que se adie por duas Sessões, que se faça imediatamente, sem prejuízo de ficar em aberto a discussão e continuar no momento em que for votada a matéria.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Atendendo ao seu pedido, encerro o meu pronunciamento neste momento. Obrigado, Ver. Reginaldo Pujol.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Ver. Bernardino Vendruscolo, eu só fiquei em dúvida se coloco em votação o Requerimento para adiamento.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO (Requerimento): Sim, atendendo à solicitação do representante do Governo nesta Casa, encaminho o Requerimento de adiamento, por duas Sessões, da votação do PLCL nº 029/09.

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que solicita o adiamento, por duas Sessões, da discussão do PLCL nº 029/09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, eu acredito que, a continuar assim, ficam sem sentido aquelas reuniões entre Lideranças para se resolver a Pauta de votação, porque determinados Projetos, sem consulta nenhuma aos Líderes... Olha, nada contra; não sou nem contra o Projeto do Ver. Bernardino Vendruscolo, mas esses Projetos para serem votados têm que ser resolvidos na reunião de Lideranças; senão, por que a reunião de Lideranças, se aqui se resolve da forma como querem algumas pessoas e pronto?

Acho que ficou muito ruim esse exemplo que foi dado hoje aqui no Plenário, quando um Projeto caiu de paraquedas dentro da programação.

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Fica registrado o protesto do Ver. Luiz Braz.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 5609/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 246/09, de autoria dos Vereadores Bernardino Vendruscolo e Dr. Thiago Duarte, que institui, no Município de Porto Alegre, o Programa de Diagnóstico Precoce do Vírus da Imunodeficiência Humana e dá outras providências.

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Airto Ferronato: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Engenheiro Comassetto: pela aprovação do Projeto;

- da CEDECONDH. Relator Ver.Maurício Dziedricki: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM em 27-10-10.

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Em discussão o PLL nº 246/09. (Pausa.) O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLL nº 246/09.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu não pretendo discutir o mérito do Projeto de Lei dos Vereadores Bernardino Vendruscolo e Thiago Duarte. Eu quero fazer um pouco de reminiscência e quero também fazer um elogio ao Procurador da Casa, Dr. Fábio Nyland.

A reminiscência eu quero, porque, quando cheguei na Câmara Municipal, em 1971, fazia parte da Comissão de Justiça. E, na Comissão de Justiça, nós votávamos pela tramitação ou pelo arquivamento, evidentemente alicerçados no Regimento Interno, na Lei Orgânica e na própria Constituição. É por isso que eu disse que não vou julgar o mérito, mas vou ler o Parecer prévio da Procuradoria da Casa, que é muito elucidativo.

É submetido a exame desta Procuradoria, para parecer prévio, o Projeto de Lei em epígrafe, de iniciativa parlamentar, que propõe instituir, no Município de Porto Alegre, o Programa de Diagnóstico Precoce do Vírus da Imunodeficiência Humana. O programa, conforme art. 1º do Projeto, visa à proteção da gestante e do feto e à prevenção da transmissão do Vírus da Imunodeficiência Humana - HIV.

“Para tanto, determina a disponibilização às gestantes, na primeira consulta de pré-natal, de testes rápidos para diagnóstico de infecção pelo HIV e a realização de campanhas educativas. Em seu artigo 3º, o Projeto determina ainda a criação de unidades de saúde em cada uma das Gerências Distritais da Secretaria Municipal de Saúde, responsáveis pela realização dos exames ou testes referidos acima. Sendo que tais unidades devem se constituir em centros especializados ou de referência no diagnóstico precoce e no tratamento de gestantes infectadas com o HIV, inciso II do art. 3º do Projeto de Lei. Já no artigo 4º, o Projeto fixa prazo para regulamentação da Lei pelo Executivo Municipal. Do ponto de vista material, não se vislumbra nenhum óbice à tramitação do Projeto, uma vez que cuida de matéria de competência comum a todos os entes federativos e de interesse local. A proposta ainda se encontra em sintonia com o disposto nos arts. 196 a 198, inciso II da Carta Magna, que estabelecem que a saúde é direito de todos e dever do Estado que se efetiva pela implantação de políticas sociais e econômicas que visam à redução do risco de doenças e pelo acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação, assegurada prioridade para as atividades preventivas”. Aqui eu quero fazer um pequeno parêntese para dizer que esta parte da Constituição o Presidente Lula nunca respeitou porque impede que seja regulamentada a Emenda Constitucional nº 29, que daria 10% a Saúde. Isso eu ouvi o Deputado Henrique Fontana, liderando o Governo, dizer que o Presidente não queria, e o Deputado Vaccarezza dizendo a mesma coisa. “No entanto, sob o aspecto formal, o Projeto de Lei apresenta vício de inconstitucionalidade e inorganicidade, uma vez que ainda cuida de matéria tipicamente administrativa. Com efeito, a promoção de programas nos moldes postos no Projeto de Lei em exame é matéria que se insere nas atribuições de execução governamental, cujas funções são exercidas, no Município, pelo Prefeito. A respeito, Hely Lopes Meirelles leciona: ‘As atribuições do prefeito, como administrador-chefe do Município, concentram-se basicamente nestas três atividades: planejamento, organização e direção de serviços e obras da Municipalidade. Para tanto, dispõe de poderes correspondentes de comando, de coordenação e de controle de todos os empreendimentos da Prefeitura’.

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. João Antonio Dib continua a sua manifestação de discussão do PLL nº 246/09, a partir deste momento, por cedência de tempo do Ver. João Carlos Nedel.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Continuando com a leitura do Parecer: “Esclarecendo: A execução das obras e serviços públicos municipais está sujeita, portanto, em toda a sua plenitude à direção do Prefeito, sem interferência da Câmara, tanto no que se refere às atividades internas das repartições da Prefeitura (serviços burocráticos ou técnicos) quanto às atividades externas (obras e serviços públicos) que o Município realiza e põe à disposição da coletividade.

“Desse modo, leis que disponham sobre criação, estruturação e atribuições das Secretarias e órgãos do Poder Executivo e/ou sobre a organização e funcionamento do Executivo Municipal, são de iniciativa privativa do Prefeito, nos termos da Lei Orgânica Municipal (art. 94, incisos IV. VII, alínea “c” e XII) e arts. 60, II, “d”, 82, II, III, VII da Constituição Estadual que se aplicam ao Município em razão do princípio da simetria (art. 29, caput da CF).

“O Projeto de Lei em exame adentrando, assim, em seara própria e privativa do Chefe do Poder Executivo acaba por ferir o princípio constitucional da separação dos poderes que, assim, está disposto no art. 2° da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre: ‘São poderes do Município, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo e o Executivo. Parágrafo único. É vedada a delegação de atribuições entre os Poderes’.

“Além disso, a execução do proposto no Projeto de Lei sob exame provocará despesas, não havendo indicação dos recursos disponíveis. Sendo que, segundo entendimento predominante, o Legislativo não pode, por sua iniciativa, propor Projeto de Lei que irá repercutir na execução orçamentária do Executivo, criando ou aumentando despesas não previstas, devido ao disposto nos arts. 61, I, 154, I, Direito Municipal Brasileiro, Malheiros Editores, 8ª ed., p. 541 e 543 da Constituição Estadual e art. 122, I da Lei Orgânica. Incidindo ainda as normas contidas no art. 149 da CE-RS e no art. 116 da LOM. Neste sentido arrola-se jurisprudência do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul: Ação Direta de Inconstitucionalidade. Norma Municipal que institui Programa de Visita em Domicílio, com a finalidade de vacinar as pessoas idosas. Lei de iniciativa parlamentar que cria atribuições para a Administração Municipal, matéria de competência privativa do Chefe do Poder Executivo. Vício de natureza formal. Direta de Inconstitucionalidade julgada procedente. Unânime. (Ação Direta de Inconstitucionalidade Nº 70027639954, Tribunal Pleno, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ana Maria Nedel Scalzilli, Julgado em 08/06/2009) Ação Direta de Inconstitucionalidade. Lei Nº 10/2007, do Município de Guaporé, que autoria o Poder Executivo a instituir o Programa de Incentivo às indústrias caseiras”.

Também apresenta uma terceira (Lê.): “Ação Direta de Inconstitucionalidade. Institui o programa diagnóstico e prevenção de anomalias fetais, iniciativa privativa do Poder Executivo.

“Registro, por fim, que futura sanção ao Projeto de Lei em questão pelo Sr. Prefeito não convalidará, em princípio, o vício de iniciativa acima apontado, conforme entendimento doutrinário e jurisprudencial dominante. Contudo, é de se notar que recentemente no julgamento da ADIN, proposta pela Procuradora-Geral de Justiça, contra a vigência da Lei Municipal nº 10.531/2008, de Porto Alegre, conhecida como a ‘Lei das Carroças’, o alegado vício de iniciativa foi afastado pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, ante a sanção e manifestação do Sr. Prefeito de que não havia qualquer problema em colocar a referida Lei em execução, alterando, assim, entendimento até então tido por consolidado, de que a sanção não convalida o vício de iniciativa. É o parecer que submeto à apreciação superior”.

Eu disse que ia viver um momento de reminiscência, porque, se fosse naquela época, em 1971, quando eu fiz parte da Comissão de Justiça, este Projeto seria rejeitado, ou melhor dizendo, seria arquivado, porque as decisões da Comissão eram pela tramitação ou pelo arquivamento. Este Projeto seria arquivado por unanimidade pelo respeito à Procuradoria da Casa do Povo de Porto Alegre.

No entanto, eu disse que não analisava o mérito. Passou nas Comissões, foi aprovado nas Comissões, e, inclusive a Comissão de Constituição e Justiça alegou que não havia óbice. Ora, se a Comissão de Constituição e Justiça alegou que não havia óbice, as demais Comissões não se preocuparam com o fato. Na realidade, foi por isso que eu li o Parecer do Procurador.

Agora, com a Emenda que o Ver. Mauro Zacher apresenta, acho que o Projeto se torna viável, e nós podemos dizer “sim” ao Projeto do Ver. Bernardino Vendruscolo e do Ver. Dr. Thiago Duarte. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Dr. Raul Torelly está com a palavra para discutir o PLL nº 246/09.

 

O SR. DR. RAUL TORELLY: Nobre Ver. Mario Manfro, nosso Presidente da Sessão, neste momento; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; todos que nos assistem, como médico que acompanha a questão do HIV, da Aids, há cerca de 30 anos na cidade de Porto Alegre, eu não poderia deixar de vir a esta tribuna e falar do mérito incontestável deste Projeto - Projeto que vem proposto pelo Ver. Bernardino Vendruscolo e pelo Ver. Dr. Thiago Duarte.

Lembro-me, há 30 anos, quando chegou essa infecção aqui na nossa Capital: nós estávamos já atendendo em postos de saúde, e essa doença era diagnosticada basicamente em homossexuais, em drogaditos, e, a partir daí, ela foi se espalhando; era uma sentença de morte naquele momento, e durante muitos anos foi assim. Ao longo dos anos, começamos a aprender muito, no mundo todo, sobre a infecção pelo vírus HIV. Hoje podemos considerá-lo uma doença crônica, ou muito perto disso, com um tratamento efetivo pelos antirretrovirais. Então, temos hoje instrumentos importantes para que possamos salvar vidas e dar qualidade de vida efetiva às pessoas.

Este Projeto tramita neste sentido, ou seja, criando, na realidade, um programa importante para o diagnóstico precoce do vírus HIV. Então, ele vai oportunizar que nossas gestantes, já na sua primeira consulta ou muito próximo disso, através de um teste rápido, sejam sabedoras da sua situação e possam dar início ao tratamento tão importante, que vai fazer com que muitas dessas crianças, que nasceriam já com o carimbo do vírus HIV, vamos dizer assim, possam nascer sem a infecção.

Então, este Projeto, com certeza, traz no seu bojo esse mérito. Claro, como bem referiu o nosso colega, aqui na Câmara, que é fundador da nossa Câmara aqui no Palácio Aloísio Filho, o nosso Ver. João Antonio Dib, ele tem problemas de constitucionalidade, mas eles estão sendo vencidos, e estão vencidos. E acredito que haverá uma unanimidade sobre essa matéria, porque o próprio Município, através da sua Secretaria Municipal da Saúde, está reconhecendo a importância desse aspecto para valorizar, incentivar, qualificar e proporcionar às pessoas, às gestantes, na sua primeira consulta, a possibilidade de debelar ou de seguir no caminho de neutralizar essa questão tão importante, que é o vírus HIV.

Nós também fazemos parte, aqui na Casa, da Frente Parlamentar de Luta contra as DST, HIV e Aids, que também tem feito várias iniciativas no sentido de resolver questões eventuais que surgem, como a falta temporária de algum medicamento nessa área, que é tão importante para as pessoas portadoras do vírus. Acredito que todos temos feito aqui a nossa parte, e isso se reflete no dia a dia do cidadão, quando ele está tendo o seu tratamento, quando ele está vendo que a sociedade realmente se preocupa com ele. Então, eu acredito que o Projeto seja extremamente meritório, que a Emenda nº 01 fará a correção necessária para que ele possa ser implantado na sua amplitude e que Porto Alegre ganhe com isso, porque a Saúde de Porto Alegre será reforçada e valorizada com mais essa iniciativa tão importante que trará mais qualidade de vida para Porto Alegre. Então, muito obrigado; saúde para todos.

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLL nº 246/09 e, depois, prossegue a discussão, por cedência de tempo do Ver. Alceu Brasinha.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, em verdade, esses Projetos que dizem respeito a aspectos vinculados à Saúde pública do Município de Porto Alegre não têm merecido de nós uma atenção direta na medida em que nós procuramos nos orientar com dois grandes especialistas que a Casa tem, que é o Ver. Thiago Duarte, um dos autores da Lei, e o Ver. Dr. Raul, que acabou de ocupar a tribuna.

O que realmente me traz à tribuna, Sr. Presidente, é que me impressionou a manifestação do Ver. João Dib. Ele disse que iria fazer um breve comentário a respeito do Parecer Prévio, exarado pela nossa Procuradoria, e consumiu dez minutos, dissertando longamente sobre essa matéria. O Ver. Luiz Braz, Relator da matéria na Comissão de Constituição e Justiça, com muito mais objetividade, socorrendo-se inclusive de manifestações anteriores da Comissão, entre as quais a da Verª Maria Celeste, numa forma direta e objetiva, equaciona o processo.

O longo Parecer Prévio, de autoria do competente Procurador da Casa, conclui com uma afirmação que abre, por inteiro, a possibilidade da tramitação do Projeto e retira, transitoriamente, qualquer óbice à sua legalidade e à sua constitucionalidade. Eu vou ler o final do Parecer (Lê.): “Registro, por fim, que futura sanção ao Projeto de Lei em questão, pelo Sr. Prefeito, não convalidará, em princípio, o vício de iniciativa acima apontado, conforme entendimento doutrinário e jurisprudencial dominante. Contudo, é de se notar que recentemente, no julgamento da ADIn, proposta pela Procuradoria-Geral de Justiça, contra a vigência da Lei Municipal nº 10.531/2008, de Porto Alegre, conhecida como a Lei das Carroças, o alegado vício de iniciativa foi afastado pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul ante a sanção e manifestação do Sr. Prefeito de que não havia qualquer problema em colocar a referida Lei em execução, alterando, assim, o entendimento até então tido por consolidado, de que a sanção não convalida o vício de iniciativa”.

Então, tudo o que foi dito antes se desmancha num fato que a gente sustentou e vem sustentando ao logo do tempo na Comissão de Constituição e Justiça - a sanção convalida a decisão. Ouça bem, Ver. Adeli Sell, a quem compete zelar pela sua prerrogativa de iniciativa? Compete ao Executivo! Se ele declina, declina no interesse público e dentro da sua competência, e assim retira qualquer risco de inconstitucionalidade, Ver. Bernardino Vendruscolo. Aliás, foi pena que o Dr. Dib não tenha lido também a contestação que os autores fizeram a essa manifestação, e nem o teor da manifestação do Ver. Luiz Braz, como Relator da Comissão de Constituição e Justiça.

 

O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Reginaldo Pujol, fico feliz em ouvir V. Exª da tribuna. Existem determinadas matérias cujas inconstitucionalidades são impossíveis de serem retiradas, mas em outras, quando é apenas vício de origem, há um entendimento de que a sanção, realmente, extirpa a inconstitucionalidade, se é apenas um vício de origem, que é o caso.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: V. Exª tem razão, Vereador. Essa matéria de iniciativa tem provocado amplas e alongadas discussões nos Legislativos, mas, com a hermenêutica e a construção jurisprudencial, tem-se alterado em favor do Legislativo. É bom que se reconheça que a matriz brasileira ainda tem alguns vícios do Estado Novo e do período da exceção constitucional que nós vivemos com o Regime de 1964, em que a centralização dos poderes na mão do Chefe do Poder Executivo era imperial. Pouco a pouco, os Legislativos foram abrindo a sua capacidade de legislar, e chegou-se a esse ponto.

Há a colocação do eminente parecerista que, se levada às últimas consequências, nós teríamos que impedir esta Casa de fazer qualquer projeto; até denominar uma rua, a Casa não poderia fazê-lo, porque, de certa forma, ao se denominar uma rua, faz-se algum custo para a Administração. Ora, o rigor não pode ser tão absoluto.

Eu quero, sem pretender examinar o mérito, dizer o seguinte: o Ver. Bernardino, o Ver. Thiago, o Ver. Mauro Zacher, com o apoio de vários Vereadores, inclusive o meu, procuramos contribuir, mas nada de extraordinário! E tem mais: na prática, isso não cria nenhuma despesa para o Executivo, porque isso já vem sendo feito pela Secretaria da Saúde, hoje, por uma decisão de uma coordenadora que, programaticamente, aderiu à ideia por achá-la boa. O que quer o Bernardino, o Thiago, os Vereadores que aqui propõem esta matéria? Que isso não seja mais algo possível de ocorrer somente quando a Coordenadora concorda.

Os Vereadores, espero que por unanimidade, programaticamente, entenderam legislar nesse sentido, assegurando a integração, no contexto jurídico-legal do Município, dessa prática que agora se institui como lei. Isso, no entendimento do Douto Procurador, fere o princípio da iniciativa, mas o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul diz que, se o Prefeito não invocar essa condição de ser detentor de uma iniciativa privativa, fato esse que até poderia ser discutido, à medida que ele não invoca isso e sanciona o Projeto, liquida-se o assunto no entendimento não do Pujol, mas do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, por ampla maioria, modificando uma postura que predominava por longo tempo nos tribunais brasileiros, em que o Rio Grande do Sul, mais uma vez, pioneiramente, antecipa-se e busca abrir democraticamente e retirar as amarras que, até então, têm feito com que os legislativos municipais se sintam castrados na realização de suas atividades.

Por isso, o meu voto é solidário com V. Exª, até porque as dificuldades que existiam, o Ver. Nilo já providenciou resolver, a Secretaria da Saúde já contribuiu, e o Ver. Mauro Zacher tomou a iniciativa de promover uma emenda que o próprio Ver. Dib, mesmo impugnando-a sob o aspecto da constitucionalidade - ele, que agora se transforma no grande jurista da Casa -, reconhece que, com ela, a exequibilidade da proposta está plenamente assegurada e sem nenhum risco de inconstitucionalidade.

Tenho consciência, tenho fé no fato de que o Prefeito Fortunati, ex-integrante desta Casa, não vai tomar uma postura castrativa com relação a este Legislativo; vai sancionar, sim, o Projeto de Lei que vamos aprovar. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir o PLL nº 246/09.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, antes de discutir o Projeto, quero fazer um agradecimento e uma homenagem toda especial ao Dr. Mário Peixoto, um amigo, também amigo do Ver. Dr. Thiago. Foi esse médico que, inicialmente, nos mandou a sugestão, Ver. João Antonio Dib, para que construíssemos este Projeto. Veio uma dica, como se diz, uma sugestão para que fizéssemos uma ação qualquer no sentido de incentivar a instituição do exame rápido do HIV. A parte técnica do Projeto eu vou deixar para o Ver. Dr. Thiago, até porque ele é o médico, é a pessoa habilitada para fazer essa defesa.

Ver. João Antonio Dib, V. Exª fez uma longa leitura de Parecer jurídico sobre matérias e referiu-se a este Projeto e a outros que foram discutidos e aprovados por esta Casa, buscando o período em que V. Exª fez parte da Comissão de Constituição e Justiça. Eu gostaria de dizer a V. Exª e aos Vereadores que fazem parte da CCJ - e aos demais aqui, evidentemente, que vão concordar - que, se fosse verdadeira e razoável a afirmativa de que a Procuradoria desta Casa havia dado um Parecer pela existência de óbice,e que, a partir daquele momento, nós tivéssemos ficado impedidos de prosseguir, com certeza este Projeto nem iria para a CCJ para ser discutido. Se ele vai para a CCJ para ser discutido, é óbvio que temos condições de dar o Parecer, enfim, de fazer defesa contrária àquelas que são entendimentos da Procuradoria da Casa, as quais nós respeitamos. Inclusive nós precisamos fazer, respeitosamente também, o registro de que há um certo conservadorismo de alguns técnicos jurídicos; se formos acatar todos os pareceres que eles fazem, daqui a pouco esta Casa ficará ainda mais limitada do que está; por isso esta provocação. Quem tem o domínio do Direito, o que não é o caso deste Vereador, sabe que o Direito caminha, progride e evolui na medida em que surgem as provocações. Aquilo que hoje é impossível, com o passar dos anos, em cima de decisões seguidas, acabam, lá na frente, se tornando uma realidade. Então, com todo o respeito, não temos que nos limitar a pareceres da Procuradoria desta Casa.

Vou aproveitar que a Bancada do PTB está aqui para dizer que não sei qual é a dificuldade de o Secretário da Saúde, que é médico, e o meu colega de Projeto, o Dr. Thiago, que também é médico, conversarem? Ver. Brasinha, o Secretário poderia me dizer: “Olha, Bernardino, nós estamos aqui abertos a isso, o Projeto não está de acordo, vamos alterá-lo”. A gente tem que manter esse diálogo. Eu, como sempre digo, respeitosamente, discordando, aproveito para fazer uma cobrança à Bancada, que levem ao Secretário este princípio de que faça um contato conosco; sou um dos autores, não tem problema, mas, de qualquer sorte, vamos agradecer o apoio. Com certeza, os Vereadores vão aprová-lo, com a emenda ou sem a emenda, mas fica aqui não um recado, mas um lembrete de que podemos construir. A gente não quer fazer uma crítica ao Secretário, mas, sim, fazer a sugestão de que se venha a conversar mais, e, pelo que me consta, já estão implantando isso, e o Projeto já está tramitando aqui há um ano. Então, se já estão trabalhando nesse sentido, é porque é bom. Obrigado, Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para discutir o PLL nº 246/09.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Ilustre Presidente dos trabalhos, Ver. Mario Manfro, quero primeiramente saudar o espírito de cooperação do Ver. Bernardino. Acho que, ao longo desses dois anos nesta Casa, ele tem sido um exemplo para mim, que sou novato. Ele sabe que eu falo isso de coração. Quero dar um profundo abraço no Dr. Mário Peixoto, que foi a pessoa que nos lembrou desse grave problema de saúde, que é a questão do HIV. Aqui saúdo, também, a Verª Sofia Cavedon, que é a Presidente da Frente Parlamentar de Luta contra as DST, HIV e Aids, onde tem feito um excelente trabalho, com o Grupo Somos, com todos os grupos que atuam nessa problemática.

No caso das gestantes, que é onde se fixa o nosso Projeto, eu queria dar alguns dados que acho são fundamentais quando analisamos esse tipo de Projeto. A transmissão do HIV da mãe para o feto se dá 30% no pré-natal, 60% durante o parto e 10% no puerpério, muitas vezes, com a amamentação. Então, o que nós queremos atingir aqui são esses 30%, em que, via de regra, se nós não conseguirmos atuar, vamos continuar condenando essas proles a terem a infecção do vírus HIV.

Hoje de manhã, lá no HPV, quando eu estava atendendo no ambulatório, eu dizia que nós constatamos, no atendimento da periferia da Cidade, que, se esse serviço não estiver à disposição lá, ele não existe para aquela comunidade. Já cansei de citar aqui e em outros fóruns também que, muitas vezes, nós solicitamos o exame para a paciente da Restinga, Ver. DJ Cassiá, e ela diz assim: “Doutor, é para fazer aqui ou em Porto Alegre o exame? Não, porque, se o senhor me pedir para Porto Alegre, esse exame não existe para mim, porque não tem como eu sair da Restinga, deixar meus três filhos. Com quem que eu vou deixar?” Então, muitas vezes, se não se tem acesso ao Sistema de Saúde, ele não existe para essa população.

Fiquei mais contente em saber, depois de uma conversa que tivemos, no ano passado, no Centro de DST/Aids, com a Miriam Weber, que acabou assumindo a Assessoria de Planejamento da Secretaria Municipal da Saúde, que o Projeto já está sendo implementado. O nosso Projeto está tramitando desde a metade do ano passado, e tenho aqui uma notícia da Secretaria da Saúde de que foi inaugurada, na tarde de terça-feira, dia 19, a primeira Sala de Testagem Rápida para o HIV, no Centro de Saúde Santa Marta, localizado na Rua Capitão Montanha, nº 27, 5º andar. Palavras do Secretário Substituto Marcelo Bosio (Lê.): “Além de oportunizar uma melhor qualidade de vida por ter o diagnóstico mais rápido, o paciente não perderá o vínculo com o serviço, porque, imediatamente, terá uma consulta agendada para um dos serviços especializados”. Esse Programa faz parte, na Secretaria da Saúde, do Programa maior Só Sabe Quem Pode Tratar. A coordenadora das políticas DST/ Aids disse que o Centro de Saúde Santa Marta é o piloto do projeto de descentralização do serviço (Lê.): “Até o final do ano, estaremos avaliando esse serviço, e a nossa ideia é, até 2013, implantar em todas as regiões da Cidade.”, que é exatamente o que o Ver. Dib colocou. “Eles passarão; nós passarinho”. Então, não adianta um Programa ficar só ao bel-prazer do Gestor do momento; temos que colocar isso no papel, sim.

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Seu tempo acabou, Vereador. O Ver. Dr. Thiago Duarte continua a sua manifestação de discussão do PLL nº 246/09, a partir deste momento, por cedência de tempo da Verª Fernanda Melchionna.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Muito obrigado, Verª Fernanda. Para não criar nenhum tipo de constrangimento para a Prefeitura, para a Secretaria e para os Vereadores, este Projeto já está na LOA - Lei Orçamentária Anual.

Se vocês procurarem nos seus gabinetes, está lá: DST/Aids - descentralizar a testagem do HIV com aconselhamento e atendimento aos HIVs positivos assintomáticos para toda a rede básica de Saúde da Cidade. É isso.

O que nós pretendemos com este Projeto é que tenhamos, pelo menos no primeiro momento, oito locais de testagem em cada uma das gerências distritais e que possamos capacitar esses profissionais para que possam fazer o aconselhamento pré-diagnóstico, para que possam fazer o exame e o acompanhamento pós-diagnóstico, inclusive com teste confirmatório. Isso, sem dúvida nenhuma, não vai representar gasto, porque saúde tem que ser pensada como investimento, como educação; isso vai representar uma prevenção no que se refere, no caso das gestantes, aos futuros pacientes HIV positivos que acabam não sendo atingidos pelo tratamento. Então, isso é muito importante que seja colocado; o exame deve ser realizado, o quanto antes, no pré-natal, o mais precocemente possível. Se possível, esse exame deve ser feito antes do pré-natal, como exame pré-concepcional, porque, o quanto antes nós soubermos o diagnóstico, mais precocemente vamos poder fazer a prevenção. O uso do AZT na gravidez previne o fato de a criança nascer HIV positivo, principalmente se esse uso for antes da 14ª semana. Se ele for feito antes desse período, nós temos quase certeza - e os estudos científicos dizem isso - de que nós vamos ter uma prole sem o HIV. E nós sabemos os custos que serão gerados para o Estado, os custos emocionais que vamos ter para as nossas mães; nós sabemos também dos problemas de Saúde pública que podemos evitar com a testagem precoce, com o diagnóstico precoce, com o tratamento precoce, com a profilaxia e com a prevenção dessa patologia que, como disse o Dr. Raul, hoje passa a ser uma patologia crônica, mas, sem dúvida nenhuma, nós não podemos baixar a guarda enquanto isso. Podemos falar de prevenção, sim; falar do uso do preservativo, sim, mas, sem dúvida nenhuma, temos que utilizar essas armas que a Medicina hoje oferece no que tange à prevenção secundária, no que tange à prevenção de uma nova geração com o vírus HIV. Por isso eu peço aqui que todos os colegas possam nos ajudar a aprovar este Projeto, porque ele vai ser um marco no tratamento do HIV em Porto Alegre, a partir do momento em que - “mas é tão simples!” - é simples, sim, dar acesso às pessoas a um diagnóstico precoce. E isso, muitas vezes, tem como resultado a continuidade da vida de um feto que acaba nascendo. Muito obrigado pela atenção de todos e, mais uma vez, agradeço ao Ver. Bernardino a parceria nessas batalhas que são, na verdade, de todos nós e da sociedade porto-alegrense.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): A Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir o PLL nº 246/09.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, o Projeto de autoria do Ver. Dr. Thiago e do Ver. Bernardino Vendruscolo é, do meu ponto de vista, extremamente importante e significativo para o combate e enfrentamento dessa grande epidemia de Aids que temos no Brasil. Acho que, por essa questão, ele tem mérito e traz uma discussão que, reiteradamente, Verª Maristela Maffei, temos produzido nesta Casa, inclusive com a criação de uma Frente Parlamentar presidida pela Verª Sofia - e o Ver. Dr. Thiago, com certeza, é um dos mais assíduos participantes dessa Frente -, no sentido de fazermos o enfrentamento.

Temos dados, na cidade de Porto Alegre, que nos estarrecem e nos levam a crer que, de fato, a epidemia da Aids, na cidade de Porto Alegre, está instalada. Já em 2008, a própria Secretaria Municipal da Saúde de Porto Alegre anunciava o aumento de casos de pessoas portadoras do vírus HIV. Por isso é significativo que se traga essa discussão.

Por outro lado, percebe-se também que o Projeto apresentado traz a discussão à tona, mas ele não vai incidir, propositivamente, na alteração e na mudança desses números na Cidade, porque a própria Secretaria Municipal da Saúde manda um Parecer para todos nós, Vereadores, informando que todas essas iniciativas já acontecem e que todas as questões levantadas através da potencialidade desse exame sugerido pelo Projeto, na prática, já existem; já existe a diretriz da assistência à mãe gestante; já existe, de forma descentralizada, o aconselhamento de pré e pós-teste; já existe uma área técnica que realiza campanhas de prevenção.

Na realidade, para nós, Vereadores, o Parecer da Secretaria nos conduz à reflexão de que todo esse serviço e essa preocupação prevista no Projeto, Ver. Dr. Raul, já acontecem e já existem por uma parceria com o Ministério da Saúde e com a Secretaria Municipal da Saúde.

Portanto, o nosso questionamento que fica é: se já existe o atendimento, se já existe o trabalho, por que os casos continuam aumentando, Ver. Nilo? Essa é a nossa questão. Acho que nós temos de ter o cuidado de, também, não ficarmos - como há alguns anos tínhamos o costume de fazer através de Projetos autorizativos - autorizando as Secretarias a fazer aquilo que já existe. E agora me parece que o Projeto vem com este teor também, meio que dizendo “Façam o que já acontece.”

Por outro lado, a preocupação dos Vereadores Dr. Raul Torelly e Dr. Thiago Duarte - eu gostaria, inclusive, de ouvi-los sobre isso - e a preocupação do Ver. Bernardino Vendruscolo é legítima, porque os dados nos mostram que, apesar de todo o esforço colocado pela própria Secretaria por meio deste Parecer técnico, os casos de HIV no Município de Porto Alegre continuam crescendo num número assustador. Então, nós precisamos, também, perceber que a política de atendimento, no Município de Porto Alegre, às pessoas portadoras de HIV não está, de fato, acontecendo, ou não acontece como deveria acontecer, porque, senão, não haveria essa incidência maior nos dados alarmantes que nós temos.

 

O Sr. Dr. Thiago Duarte: V. Exª permite um aparte?

 

A SRA. MARIA CELESTE: Gostaria muito de ouvi-lo, Ver. Dr. Thiago Duarte.

 

O Sr. Dr. Thiago Duarte: Verª Maria Celeste, obrigado pelo aparte. Eu gostaria de lhe dizer que, no que se refere à sua colocação - esta é a nossa preocupação -, a descentralização, efetivamente, não existe ainda. Teste existe, tudo existe, mas não existe... A partir de agora, está-se iniciando um embrião nesse sentido. Obrigado.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Obrigada pelo esclarecimento. De fato, esta é a minha preocupação, nós recebemos o Parecer Técnico da própria Secretaria, dizendo que já existe um Projeto, quando, por outro lado, nós sabemos das dificuldades e das reclamações das entidades no Município de Porto Alegre que, exatamente, colocam aquilo que o senhor colocou, que não existe o atendimento, de fato, acontecendo; não existe a descentralização. Portanto, o Projeto colabora neste sentido, que possamos trazer essa discussão, contribuir, inclusive, com a Secretaria Municipal da Saúde no sentido de que, efetivamente, esse Projeto comece a ser articulado e incida na diminuição dos casos de HIV em Porto Alegre. Não dá mais para nós continuarmos como “Porto Alegre, a cidade com maior incidência de Aids em todo o Brasil.” Obrigada, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Nilo Santos está com a palavra para discutir o PLL nº 246/09.

 

O SR. NILO SANTOS: Sr. Presidente, Ver. Mario Manfro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; senhoras e senhores que nos acompanham nesta tarde, eu não quero gerar nenhuma polêmica, Ver. Bernardino Vendruscolo; eu até agradeço a chamada que o senhor deu na nossa Bancada, mas, assim como o senhor se achou com liberdade de nos dar um conselho, eu também vou lhe dar outro: faça como a nossa Bancada, vai ficar bem. A nossa Bancada, como faz parte da base aliada, quando há algum Projeto relacionado a alguma Secretaria, evidentemente, pelo fato de sermos parceiros, vamos conversar com o Secretário ou com o Prefeito, para não gerar polêmica dentro da Casa. Iniciativa nossa. Então, vai o conselho aqui para o senhor, conselho esse que também serve para o Dr. Thiago. Quando houver algum Projeto polêmico, sentem com o Secretário, porque o Secretário jamais vai se negar a recebê-los. Vão lá e conversem com ele. A nossa Bancada mesmo pode encaminhar e agendar isso para os senhores, se for o caso, porque ninguém nesta Casa pode dizer que o Secretário Casartelli não conversa, não é acessível. O Secretário Casartelli é extremamente acessível, Dr. Raul - e a Verª Maria Celeste está concordando com o que eu estou dizendo. Agora, se nós começarmos a apresentar projetos aqui, principalmente em cima do que já é feito dentro da Cidade, “para metermos o dedão, carimbar e dizer por aí que somos o pai da criança”, isso não vai contribuir em nada. Contribui, sim, abordar o assunto num espaço de Liderança, num período de Comunicações, chegar aqui e fazer sugestões, mas começar a carimbar aquilo que já é praticado... E não houve o reconhecimento aqui, por parte do Dr. Thiago, nem pelo avanço que foi feito com esse trabalho lá no Hospital Santa Marta, no sentido de que ele é bom, de que já foi dado um início. Não! A preocupação é em ser o pai da criança. E nesta Casa, nós não temos espaço para isso, Dr. Thiago. Já há a solicitação de exames, nós não vamos determinar que o médico solicite o exame para o dia seguinte. Não! O médico atua conforme ele achar necessário.

 

(Aparte fora do microfone, do Ver. Dr. Thiago Duarte.)

 

O SR. NILO SANTOS: Claro que tem o exame disponível.

 

(Aparte fora do microfone, do Ver. Dr. Thiago Duarte.)

 

O SR. NILO SANTOS: Mas, Ver. Dr. Thiago, o senhor não vai construir isso através de um Projeto de Lei. Ver. Dr. Thiago, o senhor é da base aliada do Governo, o senhor trabalha para construir um governo eficaz nesta Cidade, tendo acesso ao Secretário.

Ver. Dr. Thiago Duarte, outra coisa, o senhor comentou que não existe a disposição do Governo em atender as periferias. O senhor comentou aqui que hoje mesmo o senhor comentava no HPV sobre isso. Ver. Dr. Thiago Duarte, depois eu busco as notas taquigráficas, porque a minha cabeça é um reloginho. Não adianta nem dizer “bah!” agora, Dr. Thiago. O senhor disse que o senhor comentava isso lá no HPV hoje com as pessoas que o senhor atendia, de que não há disposição do Governo em atender quem mora na periferia. O senhor está falando exatamente do seu Partido, do seu Governo. O senhor comenta isso dentro do seu local de trabalho! O senhor está jogando contra este Governo! E não adianta, porque eu vou estar atento às suas manifestações, Dr. Thiago, desde quando não houve o entendimento de o senhor ir para a Secretaria da Saúde. Não use projetos, não faça projetos para atacar o nosso Secretário. Não tente carimbar; senão nós vamos nos desentender nesta Casa, Ver. Dr. Thiago! Cada coisa no seu lugar. Se o Governo não tivesse atendimento e se fosse algo para contribuir verdadeiramente, o senhor sentaria com o Secretário. Eu estou cansado, Dr. Thiago, de o senhor ficar fazendo oposição ao trabalho do Secretário, não reconhecendo o seu trabalho, enquanto outros Partidos reconhecem. Que seja um trabalho consciente, Dr. Thiago. Se o senhor tem sugestões, leve-as, mas não tente carimbar o que já está sendo realizado em Porto Alegre. Depois vão dizer que estou pessoalizando o discurso, mas isso aí é um ataque pessoal ao Secretário Casartelli. A nossa Bancada estará atenta, Ver. Dr. Thiago!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra para discutir o PLL nº 246/09.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Mario Manfro; colegas Vereadores e Vereadoras; público que acompanha nossa Sessão no dia de hoje, a política DST/Aids não é hoje desenvolvida pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre; ela é uma política de Estado. Quem não conhece, no Sanatório Partenon, na Av. Bento Gonçalves, em Porto Alegre, toda a política desenvolvida? Inclusive ali é feito o teste de DST/Aids para os adultos, tanto nas pessoas suspeitas, nos voluntários ou nos cidadãos e cidadãs aos quais é recomendado fazer o exame DST/Aids.

O que o Ver. Dr. Thiago Duarte e o Ver. Bernardino Vendruscolo estão propondo é criar um sistema tipo o Teste do Olhinho, o Teste da Orelhinha, que são projetos que considero importantes, não por serem de minha autoria, mas também o Teste do Pezinho, que esses exames sejam incluídos no pacote do parto quando do nascimento do bebê nos hospitais de Porto Alegre.

E aí vem a explicação trazida inicialmente pela Verª Maria Celeste, de que já existe, sim, a Portaria nº 151, do Ministério da Saúde, que determina que todas as gestantes, durante o seu acompanhamento na gravidez, suspeitas de terem HIV, façam o exame, porque, com isso, já ficaria constatado se ela é portadora do vírus. Se ela for, há garantias, pela Portaria, de que ela seja acompanhada diferentemente, e, ao nascer o bebê, ele fará o exame de DST/Aids.

Então, avaliando sob o ponto de vista de que existe uma Portaria do Ministério da Saúde, já dá uma certa garantia de que todas as mães portadoras do vírus ou suspeitas de serem portadoras, já no período da gestação, Ver. João Antonio Dib, tenham um tratamento diferenciado, acompanhado por uma política do Estado, em convênio com a Prefeitura Municipal de Porto Alegre.

Então, é óbvio que há uma pequena diferença. O Ver. Thiago e o Ver. Bernardino universalizam todos, mas existe um indicativo; portanto, a Emenda do Secretário é oportuna, porque diz exatamente que se está cumprindo a Portaria nº 151, do Ministério da Saúde, e, ao cumprir, está se dizendo que só é feito naqueles que os médicos dão como indicativo de solução ou de execução do exame.

Eu acredito que tudo o que vier para sanar essa situação tão difícil, que é, sim, criar uma política de DST/Aids, é importante. E, ao mesmo tempo, denunciamos aqui que o Estado não está fornecendo o coquetel para todos os cidadãos que fazem o exame e têm o resultado positivo. É só se informar ali no Sanatório Partenon, porque tenho a informação de hoje.

Então, é meritória, e votaremos a Emenda do nobre Secretário, trazida e protocolada pelo nobre Ver. João Antonio Dib. Um grande abraço.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Solicito ao Ver. Toni Proença que assuma, por alguns minutos, a presidência dos trabalhos, em virtude do impedimento do Ver. Bernardino Vendruscolo, por ser um dos autores do Projeto.

 

(O Ver. Toni Proença assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Encerrada a discussão. Em votação o PLL nº 246/09. (Pausa.) O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 246/09.

 

O SR. PEDRO RUAS: Ver. Toni Proença, Presidente; Vereadores, Vereadoras, a Bancada do PSOL, constituída por mim e pela Verª Fernanda Melchionna, encaminhou favoravelmente à votação do Projeto de autoria dos Vereadores Dr. Thiago e Bernardino Vendruscolo. Eu não vou repetir os argumentos já expostos nesta tribuna, mas vou reiterar, Verª Fernanda, o quanto é importante toda e qualquer política governamental de prevenção de doenças, ainda mais da gravidade da imunodeficiência na questão do HIV, Dr. Thiago. Portanto, V. Exª agiu corretamente ao colocar o seu conhecimento pessoal, profissional e a sua experiência a serviço de uma legislação progressiva, importante, que faz diferença na prática. O seu mandato se justifica como o de cada um de nós, na medida em que podemos fazer diferença na história da Cidade. Este Projeto, se aprovado, se transformado em Lei, se cumprido, fará diferença.

Portanto, a Bancada do PSOL está com o senhor, está com o Ver. Bernardino, está com a aprovação e está com a prevenção em relação à Aids.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 246/09.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Ilustre Presidente Ver. Toni Proença, eu venho a esta tribuna fazer algumas correções à fala do Ver. Nilo Santos. Eu queria dizer que, ao ler esta notícia que saiu aqui, da testagem rápida, sem dúvida nenhuma, com toda a humildade que me é peculiar, eu atribuo crédito à Secretaria, mas acho que essas políticas públicas, como falei antes, não podem ficar ao bel-prazer do gestor; elas têm que estar gravadas como lei.

Não tenho nenhum objetivo de ser “pai de criança”, porque sou obstetra, já sou pai de tantas crianças. Isso não me preocupa.

Realmente não se tem o exame disponível na periferia da Cidade. E quanto ao fato de não ter conversado com o Secretário antes, isso é uma grande inverdade. A Verª Sofia Cavedon, na qualidade de Presidente da Frente Parlamentar de Luta contra as DSTs, HIV e Aids, e eu, na qualidade de Secretário dessa Frente, fomos ao Secretário Casartelli, com vários grupos, sendo que um deles foi o Somos, e lá eu entreguei o Projeto de Lei, formalmente, ao Secretário. Isso há mais de seis meses, e nenhuma dessas críticas aqui apareceu antes; inclusive não recebi essas observações em meu gabinete.

Com relação às Emendas, eu até acho que elas vão ao encontro do Projeto, elas acrescentam ao Projeto, tirando uma, que é a de fazer a testagem posteriormente, pois eu acho que essa testagem tem que ser feita o mais precocemente possível na gravidez, para poder fazer o diagnóstico. Não se tem que esperar para ter certeza de que a mulher está grávida; a testagem tem que ser feita o mais precocemente possível. Sou médico - e muitos dizem aqui que sou corporativista e, infelizmente, em alguns momentos, até sou; acredito nos médicos -, e acho que não se pode perder a possibilidade de fazer diagnóstico. Então, aqui, onde diz: “Sempre que indicado pelo médico”, eu suprimiria, porque acho que não se pode perder a oportunidade de fazer um diagnóstico. Qualquer profissional de Saúde, técnico, deve ter a possibilidade de pedir o exame, mas não vejo motivo para essa ira, essa cólera.

Então, se nós, a cada dia, cercearmos as atividades dos Vereadores, como disse aqui o meu Líder Reginaldo Pujol - peço a licença do Ver. Dib, porque ele era o Líder da Bancada dos Suplentes, da qual ainda faço parte -, se nós formos cerceando, cada vez mais, as atividades dos Vereadores, daqui a pouco não precisamos mais estar aqui. Daqui a pouco, a sociedade vai fazer essa reflexão.

Então, eu quero dizer que isso é muito importante. Em relação a fazer parte ou não fazer parte da base do Governo, eu quero dizer que, com muito orgulho, a despeito do que diz o Ver. Nilo Santos, eu faço parte da base do Governo.

Em uma votação crucial para o Governo, que foi a do IPTU, na semana passada, eu, a Verª Juliana Brizola e o Ver. João Antonio Dib fomos os únicos que votamos com o Governo - isso está bem claro! O Secretário da Fazenda, que estava ali, confirma isso. Então, não venham dizer isso, porque não é verdade.

Muito obrigado. Peço ajuda de todos para aprovarmos este Projeto.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 246/09.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, agradeço ao Ver. Braz porque eu não tenho condições de trocar o tempo com Vossa Excelência. Eu quero apenas reforçar alguns aspectos, Ver. Dr. Thiago e Ver. Bernardino, sobre a importância da iniciativa de vocês.

Infelizmente, a nossa Capital é a que tem maior incidência de novas contaminações por HIV. Em todos os outros Estados, as experiências ou indicadores da redução - e esse é o caminho do Brasil, redução da infecção por HIV - mostram que a antecipação, os testes, a conscientização, as campanhas educativas são o “coração” dessa Lei. Tudo isso é o que funciona. Nós não precisamos submeter as pessoas que nascem a essa condição.

Outro aspecto que acho fundamental é testemunhar que, de fato, o Ver. Dr. Thiago entregou o Projeto de Lei ao novo Secretário há mais de seis meses, eu acredito, Ver. Dr. Thiago. E acho que a Secretaria, o Executivo, precisa trabalhar numa outra lógica. Eu me lembro, Ver. Pujol - eu ouvi a sua fala pela caixa de som, no gabinete, porque eu estava atendendo a uma situação -, da fala do nosso Governador, ao meio-dia, que está tratando, afirmando que nós estamos num outro momento no Rio Grande do Sul, num momento de consenso, de trabalhar com colaboração. E acho que o Governo Municipal precisa - eu tenho defendido isto - incorporar as contribuições desta Câmara de Vereadores.

Nós temos aqui muitas experiências acumuladas em várias áreas; não dá para nós tratarmos de forma burocrática ou pensarmos: “Ah, isto já existe.” Eu li atentamente o documento da Secretaria da Saúde; e não é bem assim, infelizmente, Dr. Thiago. Infelizmente, as campanhas educativas não são sistemáticas. Infelizmente, nós temos recursos públicos federais em caixa, não utilizados para campanhas de prevenção ao HIV, lamentavelmente. Nós sabemos que o trabalho valoroso das nossas Unidades de Saúde, dos Programas de Saúde da Família, tem sido importante para a prevenção, mas há uma proposta superinteressante, de que cada gerência distrital tenha uma unidade que seja referência para fazer os exames, o teste rápido. Claro que, no teste rápido, na concepção que a Saúde coloca aqui, a gente não faz o teste só, a gente tem que ter o encaminhamento, tem que ter a preparação da pessoa, tem que ter a forma de dar o resultado.

Agora, a outra questão é que uma delas seja especializada nesse tema para encaminhar os exames, o atendimento. Isso é fundamental! É fundamental, e nós estamos acompanhando com essa Frente Parlamentar, que agora, neste período, deu uma paradinha, mas retomará o assunto. Nós sabemos o quanto é importante a capacitação de todos os Agentes de Saúde. Portanto, as referências para fazer a formação deles são fundamentais, porque uma Unidade de Saúde, sendo referência, pode fazer a formação, a orientação e pode ser o desaguadouro das equipes de Saúde da Família. Está correto, a gente tem que reconhecer que isso vem de quem tem experiência, de quem pensa no tema. E acho que os programas ajudam o Executivo a se organizar, ajudam o Executivo a ter sistematicidade, a ter uma política continuada, o que, infelizmente, nesse tema de HIV, não aconteceu até agora - não aconteceu. Ao contrário, desmanchou-se uma equipe de 17 pessoas; ainda é muito pequena a equipe. A proposta de vocês, Ver. Bernardino, é uma proposta boa, porque descentraliza, qualifica, tem responsabilidades, é muito importante que aconteça.

Quero terminar dizendo que estive em duas comunidades - numa, ontem; na outra, hoje -, e o tema central da comunidade é a Saúde; e o segundo tema é a Segurança. Saúde é um problema seriíssimo em Porto Alegre - seriíssimo! As pessoas continuam amanhecendo, na madrugada, na frente dos postos de Saúde; a questão é muito séria. Acho que toda a contribuição desta Câmara tem que ser olhada com seriedade por este Governo e acompanhada, aproveitada e executada.

Parabéns, Ver. Dr. Thiago; parabéns, Ver. Bernardino. A nossa Bancada - estou encaminhando em nome do PT - votará favoravelmente.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 246/09.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Toni Proença; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; senhoras e senhores, na verdade, eu não vim encaminhar, porque até fui Relator na Comissão de Constituição e Justiça, e lá, sempre que nós podemos salvar um Projeto, colocá-lo para tramitar, trazê-lo para o Plenário, nós procuramos fazer isso, a não ser quando o Projeto realmente é eivado de inconstitucionalidade que não pode ser rompida; portanto, nesse caso, não há como a Comissão agir de outra forma.

Agora, Ver. Dr. Thiago, não é a primeira vez que ouço V. Exª, aqui nesta tribuna, dizer que se não aprovar Projeto de V. Exª, esta Casa não tem mais nada o que fazer. Ah, mas aí não! Esta Casa tem missões muito importantes dentro da sociedade. Se V. Exª perder tempo e ler a Constituição, V. Exª vai notar que esta Casa tem muito mais a fazer do que aprovar simplesmente Projetos. Só a missão de fiscalizar, que todos nós, Vereadores, temos, é muito maior do que qualquer Projeto aprovado aqui, desde ou daquele Vereador - só a missão de fiscalizar! Agora V. Exª dizer que, se não aprovar este Projeto, esta Casa não tem mais nada o que fazer, para! Parece que nós estamos aqui simplesmente para que um Vereador apresente um Projeto; um outro apresente outro, e nós aprovemos e pronto, senão não temos nada o que fazer. Não! A sociedade sabe, aqueles que conhecem a missão da Câmara sabem muito bem da importância, Ver. Pedro Ruas, que a Câmara tem. E eu estou falando na fiscalização, mas já vem aí o Projeto do Orçamento. Quando nós falamos em Orçamento, nós estamos falando em um Projeto que rege a vida de todos nós, porque, afinal de contas, são as obras que vão acontecer durante todo o ano que vem. Então, não pode mais fazer esta afirmação aqui, Ver. Dr. Thiago: “Ah, se não aprovar o meu Projeto, esta Casa não tem mais nada o que fazer”. Não! Esta Casa tem muito a fazer! Esta Casa poderia inclusive não aprovar projetos de V. Exª, não aprovar os meus, não aprovar projeto de ninguém, mas esta Casa, na verdade, não está aqui para aprovar; ela está aqui para discutir a Cidade, para apresentar propostas para a Cidade, para votar o Orçamento, para votar o Plano Diretor, para fiscalizar, para tantas coisas; portanto, nós realmente temos importância, sim, no conjunto da sociedade.

Com toda a certeza, eu vou votar favoravelmente ao Projeto de V. Exª, com a Emenda sugerida, porque eu acredito que nós temos que dar toda a força para as políticas de combate, ou pelo menos para as políticas que visem trazer para o Município melhores condições de saúde, ou equipar, ou dar força para que a Secretaria possa atuar cada vez melhor. Então, eu vou votar favoravelmente ao Projeto de Vossa Excelência, mas eu poderia não votar, e não estaria prestando nenhum desserviço para a Cidade! É uma questão apenas de podermos interpretar e sermos livres para fazer com que o nosso voto possa ser dado desta ou daquela maneira, sem nos sentirmos culpados de estar apequenando o Plenário ou, de repente, nos tornando tão importantes como se fôssemos o suprassumo do Plenário e balizadores do que está acontecendo aqui. Não! Cada Vereador aqui é extremamente importante fiscalizando, legislando, ajudando a analisar todos os projetos, assim como nós estamos analisando o seu Projeto.

Lá na Comissão de Constituição e Justiça, nós tivemos o prazer de tentar tudo o que foi possível para que o seu Projeto pudesse tramitar. O Ver. Mauro apresentou uma Emenda para que o Projeto pudesse ser votado pela maioria ou totalidade dos Vereadores. Então, é assim que o Plenário procede, e não dizendo apenas que, se não aprovarem o meu Projeto, parece que nada mais vai acontecer aqui. Não! Nós somos importantes, mas a sociedade é mais importante que todos nós, e é para ela que nós estamos aqui legislando, fiscalizando e fazendo o possível para nos tornarmos Vereadores melhores e mais qualificados para servirmos melhor a sociedade!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Sr. Presidente, eu quero dizer ao Ver. Braz que, se isso o tocou, o que referimos na tribuna é quanto à constitucionalidade dos projetos. Muitas vezes, nós observamos que os nossos projetos, no seu cerne, têm constitucionalidade, e a Procuradoria da Casa acaba analisando-os como inconstitucionais, mas, certamente, estamos aqui para trabalhar pela sociedade, que é superior a todos e a cada um de nós, individualmente.

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 246/09.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu imagino que o Ver. Nilo Santos esteja ouvindo lá do seu gabinete o que nós vamos, carinhosamente, aqui dizer. O meu Gabinete não recebeu este documento (Mostra documento.), que é uma orientação técnica de alguém lá da Secretaria. Eu não recebi! O Ver. Dr. Thiago disse aqui, desta tribuna, que há seis meses ele entregou uma cópia para o Secretário. O que mais o Ver. Nilo quer que eu faça? Uma visita especial para o Secretário? Até faço, se for preciso, mas eu achei que não precisaria.

De qualquer forma, acho que não precisamos polemizar; vamos evitar isso. Essas coisas acontecem. Às vezes, uma discussãozinha desencadeia um problema maior.

Enquanto o Ver. Luiz Braz discursava, o Ver. João Dib apontava para mim e colocava a mão na cabeça. Eu também tenho o maior respeito pelo Ver. João Dib, mas isso não quer dizer que eu tenha de concordar com tudo o que ele diz ou faz, mas eu o respeito! Nós fazemos, aqui da tribuna, debates que acabam convencendo de que algumas propostas são boas. É do debate que nós construímos; então não há necessidade de virmos para a tribuna agredir. Às vezes, perdemos o controle, porque nós amamos, adoramos, brigamos por nossos projetos, por nossas ideias, tanto que perdemos até o controle, mas, quando se tem esse controle, e é o momento agora, temos que reconhecer.

O Ver. Luiz Braz, quem admiro muito, veio aqui e chamou atenção do Ver. Dr. Thiago sobre um pronunciamento que ele teria feito. Eu, sinceramente, não entendi que o Dr. Thiago teria dito, ou quis dizer aquilo que o Ver. Braz mencionou aqui, mas, talvez, como ele mesmo disse, na emoção de defender o seu Projeto, ele pode ter forçado um outro entendimento. E aí? Vale a pena jogarmos todas as pedras em cima do colega?

Eu me lembro de que, há algum tempo, os Vereadores desta Casa viviam um momento muito difícil; corria um procedimento regimental, e eles precisavam de assinaturas. Então, alguns Vereadores eram mais amáveis; passado aquele momento, não sentíamos mais aquele mesmo “amor”. Então, muitas pessoas se convenceram, até pela maneira como nos trataram, de que poderíamos mudar de opinião sobre certos assuntos. É o contrário.

Aqui há muitos Vereadores independentes. Eu sou da base do Governo, defendo o Governo; agora, não é por isso que eu vou dizer amém para todos. Algumas ideias eu defendo, independentemente de o Prefeito concordar comigo ou não.

Agora, neste caso, por exemplo, dizer que não sou da base do Governo não tem nada a ver. Tenho certeza de que o Prefeito José Fortunati estará aprovando o Projeto, e com o maior carinho. Só porque um determinado Secretário, de repente, não nos apoiou, ou mandou uma orientação para outros, e não mandou para nós - e eu reclamo, e com razão -, aí eu não sou da base do Governo? Não está certo!

De qualquer sorte, quero, mais uma vez, agradecer ao Dr. Mário Peixoto, médico do Hospital Fêmina e do Hospital Conceição, amigo comum deste Vereador e do Ver. Thiago, que nos encaminhou este Projeto que já está sendo discutido há um ano nesta Casa. Isso não é botar ovo em ninho de outros, como já muito bem disse o nosso colega.

Vamos nos organizar primeiro, e com calma, devagar, chegaremos lá. Um abraço. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 246/09.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, serei muito rápido. É que o Ver. Bernardino fez uma declaração da sinalização que eu havia feito a ele. Eu estava dizendo que, se Rodin fosse fazer um novo monumento ao Pensador, faria do Ver. Bernardino, naquele canto - o Pensador inteligente. Foi isso o que eu quis dizer. Nós vamos aprovar a Emenda e vamos aprovar o Projeto. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Em votação a Emenda nº 01 ao PLL nº 246/09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA, com os votos contrários dos Vereadores Pedro Ruas, Fernanda Melchionna, Maria Celeste, Sofia Cavedon e Dr. Thiago Duarte.

Em votação o PLL nº 246/09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Apregoamos Emenda nº 01, de autoria do Ver. Aldacir José Oliboni, ao PLL nº 229/06. (Lê a ementa.): “Determina a isenção de pagamento aos veículos estacionados pelo período de até trinta minutos em estacionamentos de shopping centers e centros comerciais com mais de trinta lojas no Município de Porto Alegre e dá outras providências.”

Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. Aldacir José Oliboni, que solicita a dispensa do envio da Emenda nº 01 ao PLL nº 229/06 às Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

O Ver. Airto Ferronato solicita Licença para Tratamento de Saúde no dia 25 de outubro de 2010.

O Ver. Paulinho Rubem Berta solicita Licença para Tratamento de Saúde no período de 3 de novembro a 16 de novembro de 2010.

Apregoo o Requerimento s/nº, de autoria do Ver. Mauro Pinheiro, que solicita representar esta Casa nos dias 27 e 28 de outubro de 2010, na Convenção Regional de Supermercados, na cidade de Tramandaí.

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença – às 16h22min): Encerrada a Ordem do Dia.

Passamos à

 

PAUTA ESPECIAL - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/10 minutos/com aparte)

 

4ª SESSÃO

PROC. Nº 3714/10 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 039/10, que estima a receita e fixa a despesa do Município de Porto Alegre para o exercício econômico-financeiro de 2011.

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir a Pauta Especial. (Pausa.) Desiste.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

Solicito que o Ver. Bernardino Vendruscolo assuma a presidência dos trabalhos.

 

(O Ver. Bernardino Vendruscolo reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, a discussão preliminar de Pauta permite que se veja além dos números e, muitas vezes, não se diz tudo o que se tem que dizer. Já falei, anteriormente, que existem algumas situações, Ver. Dr. Thiago, que não podem ser alteradas, porque são regras superiores que balizam a formação dos orçamentos. Então, há um mínimo a ser aplicado em Saúde, há um mínimo a ser aplicado em Educação, e aí vamos comprometendo, progressivamente, a possibilidade orçamentária de realizar um programa mais intensivo ou menos, nessa ou naquela área. Além do mais, há a figura dos encargos gerais do Município, que é o pagamento daqueles compromissos já assumidos anteriormente, que consome um bom percentual, tudo isso somado ao custeio do pagamento da máquina, porque, quando a gente diz que tem que investir determinado valor em Saúde, obviamente está incluído o pagamento dos Médicos, dos Enfermeiros, dos Agentes do Programa de Saúde da Família, enfim, de todos aqueles que se envolvem com a tarefa. A obra da Saúde não é uma obra física, é uma obra humana de possibilitar uma melhor saúde para a comunidade, mitigar dores, evitar doenças e assim por diante. Então, é muito comum nós observarmos que existem percentuais satisfeitos, aqui no Município, e que vão além do limite constitucional. Eu penso que isso não diz tudo o que precisa ser dito. Eu acredito que os repasses previstos pela Emenda Constitucional, ainda não votada integralmente, fazem com que o Município seja o maior contribuinte com os gastos de Saúde, percentualmente falando; o Estado em segundo lugar e, por último, a União. A meu juízo, nós teríamos até de inverter esse quadro, comprometer mais do Orçamento da União na área da Saúde, em virtude de que os programas de Saúde pública são nacionais, decorrem de compromissos constitucionais, e, evidentemente, para que o Município, na ponta, possa fazer o melhor possível desses programas, os recursos não podem ser minguados e tampouco tolhidos como, infelizmente, agora são.

Eu ouvi de grandes estudiosos do Programa de Saúde uma expressão que, a princípio, me preocupou, mas, depois, passei a entendê-la melhor. Disseram que não é que a Saúde não tenha solução, é que as soluções na Saúde são intermináveis, porque, quando se soluciona uma parte do Programa, se agiganta a outra.

Então, nós temos de perseguir essa situação de solução interminável. Nós devemos estar o mais próximo possível do fim, e não do início. E a melhor coisa a fazermos para nos aproximar do fim é iniciarmos. O caminho já percorrido nos coloca mais perto da finalidade, não alonga o distanciamento que temos dos objetivos.

Todos nós sabemos, e a bancada dos médicos sabe melhor do que nós que a sofisticação no tratamento médico - especialmente a evolução, com toda essa possibilidade da Medicina Nuclear e tantas inovações que os tempos contemporâneos possibilitaram, através do avanço da informática, da tecnologia de ponta aplicada na Medicina, todos esses avanços, que são saudáveis e, mais do que isso, necessários, e aplaudimos que eles tenham sido viabilizados pela inteligência humana - representa custos novos; e custos novos devem ser enfrentados com recursos novos. E o que nós verificamos, Ver. Dr. Thiago, que me honra com a sua atenção, é que esses custos que crescem não têm a correspondência de crescimento de recursos; o estabelecimento dessa correlação entre custo e benefício é a dificuldade maior que vivemos hoje.

Por isso, nós vivemos hoje uma situação que, com frequência, temos que enfrentar. Há situações em que temos de decidir se damos ou não subsídio para passagem de ônibus para os estudantes, para os brigadianos, para o vovô, para a vovó, com recursos públicos, e não mais retirando do usuário, como hoje é feito, reduzindo, com isso, o recurso para a Saúde, o recurso para a Educação. Esse passa a ser o grande paradoxo dos tempos modernos que os homens públicos têm que enfrentar.

Então, a história do cobertor curto, que a gente aprende desde criança, se faz presente hoje na vida pública brasileira. Os avanços dos programas sociais, o grau de comprometimento e a exacerbação no tamanho do Estado fazem com que a figura do cobertor curto seja estampada de forma expressiva, com vastas áreas recebendo contribuições aparentemente maiores do que deveriam, e outras não recebendo absolutamente nenhuma contribuição.

Então, aí vai a minha colocação a respeito do Orçamento, que segue muito a minha formação política. Eu sou liberal de formação, e, como social-liberal, eu advogo, meu caro Ver. Bernardino Vendruscolo - homem que tem posições liberais, ainda que não as assuma publicamente, ele não sabe, mas, no fundo, ele é um liberal. O que é recomendável na doutrina liberal e o que nós propomos é a igualdade no começo e no fim, e a competição no meio.

Aqui, hoje, estamos discutindo a tarde inteira programas, atividades na área do combate à Aids desde o primeiro momento da vida da criança, cuidar da criança, para que ela cresça com saúde e que receba educação básica, e, depois disso, vá para a competição, para a luta, para, no final, ao término, receber a igualdade no tratamento ao idoso, aquele que já cumpriu as suas tarefas e já contribuiu economicamente com a sociedade.

Por isso, Sr. Presidente, eu diria que o Orçamento do Município deste ano de 2011, que estamos votando, dentro desse contexto que examino, é um bom orçamento, até porque é realista e procura, inteligentemente, aproveitar uma realidade, que é essa motivação nacional pela realização, em Porto Alegre e no Brasil, no ano de 2014, da maior competição do futebol mundial em território brasileiro, com Porto Alegre sendo uma das subsedes, sediando algumas das competições, necessitando, para isso, de algumas obras estruturais há mais tempo desejadas e que, lamentavelmente, não foram realizadas e que agora, em face dessa circunstância, se possibilita fazer.

Eu diria mais: acho que é preciso que se olhe, nesse chamado esforço da Copa, com muito mais realismo, e que algumas dificuldades que hoje se oferecem como verdadeiros obstáculos a serem transpostos possam ser repensadas, reformuladas e transformadas não mais em entrave, e sim em espaço a percorrer com maior facilidade. Isso são circunstâncias que vão além do Orçamento, mas que dependem da gestão pública, e certamente não estará desatento a tudo isso o Chefe do Executivo Municipal, José Fortunati, nosso ex-colega aqui da Câmara, que é um obstinado no trabalho e que, certamente, não irá desconsiderar essa situação. Era isso, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): A Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, passo à discussão de Pauta preliminar, da análise do Projeto da Lei Orçamentária, considerando alguns dados e alguns números que nós temos tido o cuidado de verificar por meio dos números apresentados pela própria Prefeitura, aquilo que, efetivamente, na prática, tem sido contemplado através do Orçamento.

Com a preocupação que nos é peculiar, temos percebido que os Orçamentos que chegam a esta Casa, ano após ano, desde 2005, têm trazido o mesmo critério e têm, reiteradamente, Ver. Pedro Ruas, trazido à tona algo que nós denunciamos por diversas vezes aqui nesta tribuna: mais da metade do investimento previsto no Orçamento não é realizado pela atual gestão municipal. Senão, vejamos os números, Ver. Dib - o senhor, que gosta e traz sempre números para esta tribuna -, da análise da nossa equipe técnica aqui da Câmara Municipal.

O que foi orçado de investimento em 2007: 310 milhões de reais; o que foi efetivamente liquidado em 2007: 144 milhões de reais, ou seja, apenas 46% do que foi orçado foi efetivamente investido na Cidade. Em 2008, o Orçamento para investimento foi de 313 milhões de reais; o valor liquidado foi de apenas 121 milhões de reais, apenas 39% daquilo que foi orçado. Em 2009, não foi diferente: 387 milhões de reais de investimento no Orçamento, e liquidados apenas 136 milhões de reais, ou seja, 35%. O que foi previsto investir em 2010: 546 milhões de reais; e foi manchete na Cidade o valor do investimento, inclusive com pompa e grande espetáculo trazido aqui pelo então Prefeito Fogaça, o maior investimento da história da Prefeitura - 546 milhões de reais -, e foi liquidado, até outubro, apenas 34% desse valor, ou seja, 185 milhões de reais. Então esses números, Ver. Dib, não nos deixam qualquer dúvida - não nos deixam dúvida! Este Governo Municipal não cumpre Orçamento aprovado nesta Casa.

Há pouco, fizemos uma discussão do papel dos Vereadores, do trabalho que os Vereadores fazem. Especificamente, o Ver. Thiago trazia isto no seu Projeto: a importância da discussão e do trabalho dos Projetos que os Vereadores aqui fazem e a importância do trabalho que nós, reiteradamente, ano após ano, temos feito nesta Casa sobre o Orçamento da Cidade, que é completamente desrespeitado pelo Executivo. Passamos horas estudando Projeto, pauta preliminar, discussões, audiências na Comissão de Economia e Finanças da Casa, propostas de emenda ao Orçamento, discussões com o Secretário da Fazenda, com Secretários do Município que vêm aqui trazer propostas para um Orçamento completamente desconsiderado pelo próprio Executivo.

Por isso, a nossa preocupação é grande neste momento, e sabemos que existem algumas Secretarias em que, efetivamente, a diferença do que foi previsto e do que foi realizado foi maior ainda. A situação chega a ser alarmante em algumas Secretarias, e queremos dizer que, por diversas vezes, Secretários estiveram aqui, especialmente o Secretário da Fazenda, dando explicações e participando de audiências promovidas por esta Casa, porque aquilo que foi orçado como investimento, efetivamente, na prática, não foi concluído.

Quero trazer exemplos de algumas Secretarias. Por exemplo, a SMT se propôs, em 2010, a investir 27 milhões de reais, e, até agora, efetivamente, o investimento foi de apenas 760 mil reais - executou apenas 2,8% do Orçamento proposto para investimento. A Secretaria Municipal de Saúde - há pouco falávamos dos problemas da Saúde, e a população de Porto Alegre tem constatado e tem colocado que os grandes problemas são a Saúde e a Segurança - orçou investir 42 milhões de reais e, efetivamente, liquidou despesas no valor de apenas 5 milhões de reais, os 12% que, efetivamente, precisam e são necessários. Em compensação, existem gastos que nos preocupam, inclusive na Secretaria Municipal da Saúde, gastos com publicidade, que foram mais de 2,6 milhões de reais.

Efetivamente, reiteradamente, nós temos que comparar os números, aquilo que nos foi apresentado, e, lamentavelmente, nós verificamos que, por falta de investimento nas diversas áreas, especialmente numa área como a Saúde, que é, no meu ponto de vista, um dos piores problemas que temos que enfrentar na Cidade, não há médicos nos postos de saúde, lidamos com a falta de medicamento. Temos, agora, um esforço concentrado do Secretário da Saúde para traduzir de uma outra forma essa nova gestão, a partir de sua ação, mas, efetivamente, o Orçamento que foi aprovado não está sendo executado. A SMAM previu investir este ano 9,6 milhões de reais, mas foram liquidados apenas 811 mil reais, ou seja, 8%, efetivamente, foi liquidado - dados de agora, dados de até outubro deste ano; a SMED previu investir 21 milhões, mas aplicou, até agora, apenas 2,7 milhões, ou seja, 13%; a FASC programou obras e reequipamento no valor de dois milhões, aplicou apenas 435 mil reais, ou seja, 22%.

Então, eu trago esses números, porque nós temos que começar a questionar qual é o nosso papel, quando, ano após ano, nesta Casa, nós estudamos o Orçamento, realocamos, muitas vezes, por meio de emendas que fizemos, discutimos com os Secretários e, efetivamente, Ver. Pedro Ruas, na prática, aquilo que foi posto aqui, inclusive por desejo e obra do Executivo ou do Prefeito, como Orçamento da Cidade, não é tratado com o devido respeito, porque aquilo que é orçado para investimento não é aplicado na prática. São milhões e milhões de recursos que não são aplicados no investimento. Em compensação, nós verificamos que o que se gasta em publicidade na Prefeitura Municipal de Porto Alegre é altamente preocupante em relação àquilo que nós precisamos ter na prática, que é o investimento na Saúde, na Educação, na própria Segurança pública, na SMAM, quando se fala da qualidade de vida, do meio ambiente, das praças da Cidade.

Quero dizer que nós temos que nos preocupar, sim. Quem sabe a CEFOR poderia propor uma reunião - quero aqui fazer um Requerimento dessa questão -, chamar o Secretário da Fazenda do Município e dizer: “Efetivamente, vocês querem que tratemos do tema do Orçamento; aprovemos o Orçamento, que é o que temos feito; colaboremos na execução dele, mas, efetivamente, depois, o investimento nós não estamos vendo na produção de qualidade de vida para o porto-alegrense.” Muito obrigada, Sr. Presidente. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Ilustre Presidente, Ver. Bernardino Vendruscolo; ilustres colegas; população de Porto Alegre, eu venho a esta tribuna falar da LOA - Lei Orçamentária Anual do Município -, e o primeiro aspecto que eu queria comentar é com relação ao destino de recurso para este Projeto ora aprovado.

Nós temos na Lei Orçamentária 1 milhão, 646 mil e 181 reais, e aí incorrem outras despesas - auxílios e convênios, investimentos -, totalizando o valor de 2 milhões, 486 mil, 415 reais, para este Projeto e políticas vinculadas: 1,6 milhão para o Projeto, para a descentralização, se bem entendo aqui; e 2,2 milhões para contemplar a questão dos convênios, principalmente com organizações não governamentais que executam políticas de prevenção e combate à infecção pelo HIV.

Quero dizer que tenho muita esperança, realmente, de que esse recurso possa ser destinado para esse fim, para que possamos, a partir do Projeto ora aprovado aqui, que já tramitava há mais de um ano, como o Ver. Bernardino colocou, ter oito centros de testagem rápida do HIV na Cidade. A nossa proposta, que está inclusa no Projeto, é Norte-Eixo Baltazar, na gerência distrital daquela Região; Leste-Nordeste; Sul; Restinga/Extremo-Sul; Centro; Glória/Cruzeiro/Cristal; Partenon/Lomba do Pinheiro, Humaitá/Ilhas. Então, temos uma esperança muito grande. Acreditamos que, com isso, nós vamos poder combater a infecção pelo HIV nos infantes, nos que estão nascendo, evitar que eles nasçam com o vírus HIV. Isso é uma coisa que estigmatiza muito a gestante. A mulher, infelizmente, acaba, muitas vezes, sendo vítima do vírus HIV, porque pega a doença do seu marido, por ele ter tido uma relação fora do matrimônio, ou porque é usuário de droga e acaba sendo contaminado pelo vírus e transmitindo para a esposa, que, na verdade, não tem nenhuma postura e nenhuma conduta de risco. Então, a mulher acaba sendo, efetivamente, vítima desse processo, sendo estigmatizada uma segunda vez e fica na situação de, muitas vezes, inclusive, não poder engravidar, porque ela fica com o estigma de que vai gerar um filho HIV positivo. A partir disso e de uma prevenção eficiente, de uma prevenção eficaz, a gente pode evitar mais essa estigmatização que essa mulher HIV positiva acaba tendo.

Então, novamente solicitamos o apoio dos demais Vereadores, inclusive dos Vereadores do PTB, que chefia a Pasta da Saúde, para que, efetivamente, possamos usar esse recurso na prevenção, que sai mais barato, nos grupos, nas organizações que fazem isso, e também que possamos usar no sentido de efetuar esse exame e esse teste de forma descentralizada.

A segunda questão que eu venho nominar aqui, também com relação à LOA - porque esta é matéria em Pauta -, é com relação ao Hospital Parque Belém. O Hospital Parque Belém, situado na Zona Sul da Cidade, que contempla não só as regiões Glória, Cruzeiro, Cristal, acaba sendo um hospital retaguarda para a Restinga, Belém Novo, Ponta Grossa, Lami, Vila Nova, Vila Assunção, Ipanema. Esse Hospital tem por vocação ser, no futuro, o hospital de pronto-socorro da Zona Sul; não tem como negarmos isso. E isso não é de autoria deste Vereador; é de autoria de Vereadores de todos os Partidos; todos comungam dessa ideia.

Na medida em que Porto Alegre tem a possibilidade de ter quatro Unidades de Pronto Atendimento, é fundamental que possamos contemplar aquele Hospital, porque isso também era desejo do Secretário Eliseu Santos. É importante que possamos contemplar aquele Hospital, porque uma UPA nele vai significar o embrião para que esse Hospital possa se tornar, no futuro, o pronto socorro da Zona Sul. Uma Unidade de Pronto Atendimento no Hospital Parque Belém vai potencializar as ações de Traumatologia e de Ortopedia daquele Hospital; vai potencializar as ações de Neurocirurgia e vai dar um outro dimensionamento àquela Instituição.

Estávamos, no fim de semana, em um evento social - o Ver. Bernardino Vendruscolo também estava presente -, onde duas pessoas da comunidade levantaram e disseram ter sido muito bem atendidas no Hospital Parque Belém. Normalmente, na Saúde, nós temos muitas restrições, temos muitas dificuldades, mas, quando se observa que a comunidade, espontaneamente, faz um elogio desse quilate, Ver. Bernardino, é sinal de que realmente precisamos dar mais atenção a essas instituições - infelizmente não é o que estamos fazendo com o Hospital Parque Belém.

Eu propus aos coordenadores do Hospital que fizéssemos, Ver. Oliboni, uma ampla frente de apoio à implantação da Unidade de Pronto Atendimento no Hospital Parque Belém. Assim como V. Exª solicita, almeja, pretende, Ver. Oliboni, colocar uma UPA no bairro Partenon; assim como a comunidade do eixo Norte pretende, almeja, necessita de uma Unidade de Pronto Atendimento naquela Região; assim como a comunidade próxima do Centro Vida deseja uma Unidade de Pronto Atendimento naquela localidade, a Região Sul da Cidade espera da Câmara de Vereadores e da gestão pública Municipal um gesto no sentido da colocação da Unidade de Pronto Atendimento da Região Sul, que vai ser um embrião do pronto socorro da Zona Sul. Tenho certeza de que o Ver. Dib corrobora esta nossa iniciativa, de que possamos formar, sim, uma ampla frente nesse sentido, para potencializar as ações que lá já existem, ações meritórias, de qualidade, e atendimento de qualidade em saúde, como já citei aqui, na área de Traumatologia, Neurologia, e, principalmente, na área de combate à drogadição. O Hospital Parque Belém é pioneiro nesse sentido, com o serviço do Cedequim.

Então, que possamos dar mais esse crédito àquela Instituição. Como conversávamos, ontem, na EPTC, isso vai ser fundamental para aquela área da Cidade, possibilitando que o próprio trânsito da Cidade, que a própria fluidez desse trânsito possa ocorrer de forma mais correta.

Desta tribuna, também faço a mesma solicitação que fiz lá na EPTC, no sentido de que possamos pensar na Região Sul e pensar num transporte coletivo que, pelo menos primeiramente, contemple aquela Região da Cidade, que passe por todos os postos de saúde, chegando ao futuro Hospital da Restinga, com possível desdobramento e que, dentro dessa perspectiva de o Hospital Belém se tornar o pronto socorro da Zona Sul, possa também seguir até o Hospital Parque Belém.

Chega aqui o Ver. Airto Ferronato, que é solidário a essa ideia, que, na CEFOR, iniciou o movimento. Ver. Ferronato, que possamos estar irmanados nessa causa, porque, senão, realmente vamos perder a Unidade de Pronto Atendimento no Hospital Parque Belém. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.

 

O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Solicito abertura do painel eletrônico, para verificação de quórum, solicitada pelo Ver. Haroldo de Souza. (Pausa.) (Após o fechamento do painel eletrônico.) Oito Vereadores presentes. Não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 16h57min.)

 

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